São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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Número de assaltos aumenta 16% em SP

da Reportagem Local

O número de roubos a veículos de transporte de carga aumentou 16% no Estado de São Paulo no ano passado em relação ao ano anterior. Segundo relatório do Setcesp (sindicato das empresas transportadoras de carga), foram 1.069 ocorrências em 97 e 921 no ano anterior.
O valor roubado também aumentou. Em 96, foram US$ 109,4 milhões, contra US$ 118,7 milhões no ano passado -um crescimento de 8,4%.
A cidade de São Paulo concentrou a maior parte dos roubos registrados no Estado em 97 (439 ocorrências, ou 41% do total). A zona norte é a recordista da capital, com 153 roubos, seguida da zona sudeste, com 86 ocorrências.
As estradas também estão entre os locais preferidos dos assaltantes (um quarto dos roubos aconteceu nelas). Na rodovia dos Bandeirantes, onde ocorreu o roubo de anteontem, aconteceram 39 assaltos.
Segundo o assessor de segurança do Setcesp, Gílson Campos Filho, o aumento foi provocado principalmente pela certeza de impunidade dos receptadores das cargas roubadas.
"As quadrilhas se organizam mais que os órgãos de repressão. Como os assaltantes não são pegos, continuam agindo com tranquilidade. Esse roubo na Bandeirantes mostra que o crime está muito bem organizado. Foi uma ação cinematográfica."
A consequência imediata do crescimento no número de roubos é o aumento do valor do seguro. "Hoje, nós estamos em uma situação de indefesa. A quantidade de assaltos encarece bastante o seguro", declarou Rodney Staicov, diretor comercial da Potência Corretora de Seguros.
Hoje, o seguro contra roubo de carga pode custar, no mínimo, segundo Staicov, 0,05% do valor da carga. A taxa pode chegar a até 0,18% dependendo da carga e do histórico de roubos da transportadora. Há quatro anos, essas taxas variavam de 0,028% a 0,04%.
Segundo especialistas da área, a situação está tão preocupante que algumas cargas, como medicamentos, não são mais seguradas. "Seguro é para cobrir riscos eventuais. Não é para cobrir um risco que se torna certo", afirmou Marcos Mascarenhas, vice-presidente da Sul América Seguros. (CA)



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