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Justiça determinou o afastamento do cargo e a indisponibilidade de bens do presidente do Legislativo de MT
Deputado escapa de notificação com viagem
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O deputado José Geraldo Riva
(sem partido), presidente da Assembléia Legislativa de Mato
Grosso, faltou às últimas quatro
sessões legislativas e se refugiou
no interior do Estado para não ser
notificado pela Justiça sobre a decisão que o afasta do cargo e torna
seus bens indisponíveis.
O juiz João Ferreira Filho determinou o afastamento de Riva no
último dia 4. Na quarta-feira passada, o Tribunal de Justiça manteve a decisão. O Ministério Público
Estadual moveu a ação judicial
contra o deputado e ainda pediu o
ressarcimento de cerca de R$ 1
milhão à Assembléia Legislativa.
A quantia corresponde ao valor
de 14 cheques descontados no dia
6 de dezembro em uma agência
do Banco do Brasil. Das 12 empresas supostamente beneficiárias
dos cheques, 11 são fantasmas, segundo o Ministério Público.
Cópias dos cheques foram encontradas em uma factoring (que
compra cheques de lojistas), em
Brasília. A empresa teria ligações,
segundo o Ministério Público,
com o crime organizado.
O juiz federal em Cuiabá Julier
Sebastião da Silva disse que vai intimar Riva a depor como testemunha de acusação no processo
movido contra o "comendador"
João Arcanjo Ribeiro, 51, acusado
de ser o chefe do crime organizado em Mato Grosso.
"Sob pena de crime de falso testemunho, Riva vai ter que explicar
as operações entre a Assembléia
Legislativa e as empresas [factoring" de Arcanjo", afirmou Silva.
Na factoring de Arcanjo foram
apreendidas em dezembro notas
promissórias emitidas pela Assembléia Legislativa no valor de
R$ 15,4 milhões assinadas por Riva, quando ele era primeiro-secretário da Casa em 2002, informou o juiz.
De acordo com a assessoria da
Assembléia Legislativa de MT, Riva está em "um município do interior do Estado" aguardando o
julgamento de recurso contra a
decisão que o afastou do cargo.
Outro lado
A Agência Folha telefonou ontem para quatro advogados que
atuam ou atuavam na defesa do
"comendador" João Arcanjo Ribeiro, preso anteontem no Uruguai, mas não conseguiu obter informações sobre a defesa e alegações de Arcanjo.
Em entrevista anterior, o advogado Henrique Augusto Vieira
afirmou que Arcanjo iria provar a
origem do dinheiro e de seu patrimônio. O advogado também desqualificou as testemunhas de acusação contra o seu cliente, principalmente as que apontam o "comendador" como mandante de
assassinato em Cuiabá.
Ontem à tarde, Vieira disse que
estava em audiência e não podia
atender. À noite, estava com o celular desligado.
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