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TRÂNSITO
Ambulantes são um dos responsáveis pelos acidentes
Brás e Barra Funda lideram ranking de mortes por atropelamento em SP
SILVIA AMORIM
DO "AGORA"
O mapeamento dos atropelamentos na cidade de São Paulo no
ano 2000 revela que o Brás (região
central) foi o distrito com maior
número de mortes causadas por
esse tipo de acidente, seguido por
Barra Funda (zona oeste), Belém
(zona leste), Pari (região central) e
Perus (zona norte).
O estudo, inédito, foi feito durante uma tese de doutorado da
Faculdade de Saúde Pública da
USP. Nela, a pesquisadora Renata
Ferraz de Toledo comparou dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e do Proaim
(Programa de Aprimoramento
das Informações de Mortalidade).
O Brás ficou na faixa de 20 a 40
óbitos por 100 mil habitantes. A
Barra Funda teve de 15 a 20 mortes. Os outros, de dez a 15 cada.
Embora o estudo tenha sido feito com base em dados de 2000,
Toledo acredita que o cenário não
tenha sofrido mudanças. A CET
não comentou os números.
Para a pesquisadora, a concentração de ambulantes nas calçadas é o principal motivo para o
Brás ter ficado no topo da lista de
mortes. "Com as calçadas tomadas por camelôs, os pedestres acabam andando na rua, o que aumenta os riscos", afirma.
Além disso, o distrito é uma região comercial, com grande circulação de pessoas e veículos
-combinação perfeita para a
ocorrência de acidentes.
Segundo dados do Ministério
da Saúde, a cada ano morrem, em
média, 30 mil pessoas no trânsito
no país -82 por dia. Metade delas, por atropelamento. Em São
Paulo, em 2003, foram 485 mortes, entre 6.432 atropelados.
Vias malconservadas, embriaguez e drogas são as principais
causas de acidentes de trânsito,
segundo os especialistas.
Custo
O custo diário do tratamento de
uma vítima de acidente de trânsito é, em média, 51% maior que o
de um paciente internado por
doença, de acordo com o SUS
(Sistema Único de Saúde).
Dados do Ministério da Saúde
mostram que o governo paulista
gasta, em média, R$ 120,23 por dia
com pessoas hospitalizadas por
causas externas (acidentes, homicídios, entre outros), contra R$
79,69 com doentes.
O custo médio do tratamento
em casos de acidente fica em torno de R$ 563,24. Para pacientes de
causas naturais, essa quantia é de
R$ 538,71 -a diferença torna-se
menor porque pacientes de causas naturais geralmente ficam
mais tempo internados.
Por ano, o governo estadual
gasta cerca de R$ 930 milhões
com vítimas de doenças e R$ 95
milhões com acidentados.
Homens entre 15 e 39 anos são
80% das vítimas de atropelamento na capital. Entre crianças de 5 a
14 anos e idosos de 60 a 79 anos, os
acidentes de trânsito são a primeira causa de morte.
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