São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

entrevista

Foi vingança ou ódio, diz padre Júlio

DA REPORTAGEM LOCAL

Representante da Pastoral de Rua da Arquidiocese de São Paulo, o padre Júlio Lancelotti diz que o assassinato de cinco moradores de rua mostra que a cidade criou campos de extermínio de miseráveis.

 

FOLHA - Como o senhor viu a chacina no Jaçanã?
PADRE JÚLIO LANCELOTTI -
Estive no local. As cenas são dramáticas. Vê-se nas pilastras do viaduto a quantidade de tiros dada. Vimos um rastro de sangue de uma das vítimas que correu, fugindo dos tiros. Algumas histórias precisam ser comprovadas.

FOLHA - O senhor se refere à história de que uma pessoa teve a bolsa furtada?
PADRE JÚLIO -
Sim. O que disseram é que furtaram uma bolsa e depois espancaram eles todos. Isso não foi comprovado. O que aconteceu foi uma execução. Na delegacia, vendo o material recolhido, as fotos, tudo indica que alguns foram mortos dormindo. Eles estavam completamente indefesos.

FOLHA - Pela sua experiência com os sem-teto, por que eles são alvo dessas ações?
PADRE JÚLIO -
Como em 2004 [na Sé], foi por vingança ou ódio. O local é de fluxo intenso de veículos, e o pessoal reclamava de assaltos. Isso acaba gerando muito ressentimento.


Texto Anterior: Onda de violência espalha medo no Jaçanã
Próximo Texto: Memória: Ninguém foi julgado pelo "massacre da Sé"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.