São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003 |
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AMBIENTE Carga tóxica de trem que descarrilou atingiu rio que abastece a cidade Sem água, Uberaba decreta estado de calamidade pública
THIAGO GUIMARÃES DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE A Prefeitura de Uberaba (MG) decretou ontem estado de calamidade pública no município, que está com o fornecimento de água cortado por tempo indeterminado. A causa é a contaminação do rio Uberaba -único que abastece a cidade- por carga tóxica que vazou após acidente, anteontem, com trem da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica). O decreto dispensa a realização de licitação para compras e facilita o fechamento de convênios para recuperação de danos. No acidente, 18 dos 33 vagões do trem que seguia de Camaçari (BA) a Paulínia (SP) descarrilaram em uma curva. Um vagão explodiu, e o fogo se alastrou. Nos vagões havia metanol, octanol, isobutanol e cloreto de potássio. As causas do acidente ainda não foram divulgadas. Segundo o secretário do Meio Ambiente de Uberaba, Carlos Nogueira, alguns bairros estão "severamente afetados" pelo corte de água. "A cidade pode entrar em colapso." Até ontem, como a área do acidente permanecia isolada, não era possível saber a extensão do dano ambiental nem a quantidade de material escoado para o córrego Alegria, afluente do rio Uberaba. Segundo o secretário, a carga tóxica já atingiu a central de tratamento de água. O abastecimento está sendo feito por meio de caminhões-pipa. Ontem, bombeiros ainda faziam o resfriamento de vagões. Durante a madrugada, pequenas explosões voltaram a ocorrer. Seis vagões tombados ainda estavam intactos, e a carga remanescente era retirada. Amostras de água do córrego Alegria e do rio Uberaba foram coletadas. O resultado das primeiras análises deve sair hoje. Ontem, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) informou que a FCA, cuja principal acionista é a Vale do Rio Doce, será multada em R$ 10 milhões. Texto Anterior: Sobreviventes correm riscos Próximo Texto: Ensino superior: MEC dará bolsa para evitar aposentadorias Índice |
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