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TRÂNSITO
Conclusão do trecho oeste da obra aumentou congestionamentos na via em 15% nos horários de pico, diz prefeitura
Rodoanel piora tráfego na marginal Tietê
CARINA FLOSI
SÉRGIO ROXO
DO "AGORA"
Projetado para desafogar o trânsito de São Paulo, o rodoanel Mário Covas conseguiu melhorar o
trânsito na marginal Pinheiros,
mas teve o efeito contrário na
marginal Tietê, onde a prefeitura
afirma que a situação piorou.
Estudo feito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)
mostra que os congestionamentos em horário de pico subiram
15% na marginal Tietê desde que
a obra do trecho oeste do rodoanel foi concluída, em outubro. Na
prática, a velocidade média dos
carros chegou a cair 4 km/h.
O resultado da análise serve de
pano de fundo para uma disputa
sobre qual será o próximo trecho
da obra a ser executado.
O Estado defende a parte sul,
que sairá de uma ponta do trecho
oeste (a rodovia Régis Bittencourt) e integrará a rodovia dos
Imigrantes com a via Anchieta,
facilitando a ligação com o porto
de Santos. A prefeitura quer que a
obra avance para o trecho norte,
para retirar completamente os caminhões da marginal Tietê.
Segundo o gestor de trânsito da
CET Vicente Petrocelli, os caminhões que passam por São Paulo
para pegar Dutra, Fernão Dias ou
Ayrton Senna (vindos do Sul pela
Régis Bittencourt) têm preferido
pegar o rodoanel e entrar na cidade pela rodovia dos Bandeirantes,
que termina na marginal Tietê.
"Esses caminhões não passam
mais pela marginal Pinheiros.
Mas a concentração deles na Tietê
está maior", afirma Petrocelli. O
trecho oeste do rodoanel liga as
rodovias Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco,
Anhanguera e Bandeirantes.
Queda de velocidade
O estudo mostra que, na marginal Pinheiros, a conclusão da obra
aumentou em 2 km/h a velocidade média desenvolvida.
Já na marginal Tietê, o desempenho caiu 2 km/h no sentido Lapa-Penha, no trecho da rodovia
dos Bandeirantes à ponte Aricanduva (zona leste). No mesmo trecho, mas no sentido oposto, a velocidade média caiu 1 km/h.
Se o final do trecho avaliado for
recuado até a Bandeirantes -para onde seguem os caminhões-,
o resultado piora. No primeiro
quilômetro após a chegada da rodovia à marginal, a queda de velocidade chega a 4 km/h.
No total da via, considerados os
dois sentidos, a velocidade média
ficou nos mesmos 34 km/h. "Só
não caiu porque o movimento de
veículos caiu entre o Cebolão e a
Bandeirantes [trecho da marginal
que se sobrepõe ao rodoanel]."
Os motoristas já notam os efeitos colaterais. "Sem o rodoanel,
eu levava meia hora para ir do Cebolão à ponte das Bandeiras. Agora é o dobro", disse o assessor comercial Sandro Lourenci, 33.
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