São Paulo, domingo, 12 de julho de 2009

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Garçom leva R$ 7 mil por ficar sem caixinha

DA REPORTAGEM LOCAL

Há quase 30 anos trabalhando em restaurantes e hotéis, antes como faxineiro e hoje como garçom, Honorato Soares de Moura, 46, reformou recentemente a casa, em Osasco, na Grande São Paulo.
A verba, ele conta, veio dos cerca de R$ 7.000 que ganhou na Justiça devido ao período de mais de um ano em que um hotel onde trabalhava não lhe pagou gorjetas.
"O processo levou uns quatro anos, mas valeu a pena. É preciso ir atrás dos direitos. Os garçons temem questionar os patrões e ser reprimidos", diz ele, que chegou na adolescência a São Paulo, vindo do Rio Grande do Norte.
Ao seu lado, o amigo Wilson França Guimarães, 43, também garçom, tenta seguir seu exemplo e correr atrás da gratificação perdida.
Está processando um bufê que, diz ele, cobrava taxa de serviço de 10% dos clientes e não repassa esse valor aos funcionários.
"E não é só essa taxa que ficava com o contratante. Muitas vezes, o pai de uma noiva ou o empresário que fazia um evento deixava R$ 1.000, R$ 5.000, R$ 10 mil para distribuir aos garçons da festa e não chegava nada na nossa mão", reclama. "Isso não é exceção no mercado e acontece nos bufês e restaurantes mais chiques", diz.
Procurados desde quinta-feira, feriado, os réus dos dois processos não responderam aos telefonemas da Folha.


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