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Garçom leva R$ 7 mil por ficar sem caixinha
DA REPORTAGEM LOCAL
Há quase 30 anos trabalhando em restaurantes e hotéis,
antes como faxineiro e hoje como garçom, Honorato Soares
de Moura, 46, reformou recentemente a casa, em Osasco, na
Grande São Paulo.
A verba, ele conta, veio dos
cerca de R$ 7.000 que ganhou
na Justiça devido ao período de
mais de um ano em que um hotel onde trabalhava não lhe pagou gorjetas.
"O processo levou uns quatro
anos, mas valeu a pena. É preciso ir atrás dos direitos. Os garçons temem questionar os patrões e ser reprimidos", diz ele,
que chegou na adolescência a
São Paulo, vindo do Rio Grande
do Norte.
Ao seu lado, o amigo Wilson
França Guimarães, 43, também
garçom, tenta seguir seu exemplo e correr atrás da gratificação perdida.
Está processando um bufê
que, diz ele, cobrava taxa de
serviço de 10% dos clientes e
não repassa esse valor aos funcionários.
"E não é só essa taxa que ficava com o contratante. Muitas
vezes, o pai de uma noiva ou o
empresário que fazia um evento deixava R$ 1.000, R$ 5.000,
R$ 10 mil para distribuir aos
garçons da festa e não chegava
nada na nossa mão", reclama.
"Isso não é exceção no mercado
e acontece nos bufês e restaurantes mais chiques", diz.
Procurados desde quinta-feira, feriado, os réus dos dois processos não responderam aos telefonemas da Folha.
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