FERNANDA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu vou aprovar você, mas com uma condição: você não vai advogar, não vai ser juiz, não vai prestar concurso para escrivão ou delegado de polícia", disse o professor de direito processual civil Soares de Faria, em 1955, a Nelson Pereira dos Santos, que se tornaria um dos nomes mais importantes do cinema brasileiro.
Num clima de solenidade e de lembranças, as comemorações dos 177 anos da Faculdade de Direito da USP, no largo São Francisco, e 101 anos do Centro Acadêmico XI de Agosto, ontem, extrapolaram o universo jurídico. Antigos alunos -destaques em outros campos de atuação- foram homenageados no Salão Nobre da escola, no centro de São Paulo.
Do mundo das artes, estavam lá a escritora Lygia Fagundes Telles e o ator Juca de Oliveira, além de Pereira dos Santos. Outros homenageados foram o jornalista Mino Carta, o industrial José Mindlin e o diplomata Rubens Ricupero.
"Quando entrei na faculdade éramos seis mocinhas acoelhadas e 200 rapazes. Um deles me perguntou: "O que vocês vieram fazer aqui? Casar?" Respondi: também!", disse Fagundes Telles, que entrou na faculdade em 1941, época em que homens eram esmagadora maioria. Anos depois, ela se casaria com o advogado Goffredo da Silva Telles Junior.
Na opinião de Daniel Arbix, diretor do Centro Acadêmico XI de Agosto, a homenagem realizada na ontem mostra que o largo São Francisco é um centro de formação de valores da democracia, do direito e da Justiça.


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