São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

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Ações buscam reduzir poluentes

DA REPORTAGEM LOCAL

Inspeção ambiental veicular, controle das emissões por evaporação em postos de combustíveis e alterações na formulação da gasolina. São essas as medidas que devem ser adotadas num curto, médio e longo prazo, respectivamente, para reduzir a poluição por ozônio na Grande São Paulo.
Embora as ações sejam aprovadas por especialistas, que as consideram básicas e fundamentais na melhoria da qualidade do ar, não deverão resolver a questão por completo. Maior investimento em transporte coletivo, campanhas e medidas que desestimulem o uso do carro e informem os motoristas sobre a necessidade de manter os veículos bem regulados e com os catalisadores em ordem são outras recomendações.
A inspeção é obrigatória segundo duas resoluções do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e já deveria ter começado em todo o país desde meados de 2002, mas apenas parte do Rio de Janeiro realiza a verificação.
Ela fiscaliza se as emissões de gases e ruídos dos carros estão em conformidade com a legislação e é pré-requisito para o licenciamento. Pelo tamanho da frota, a cidade de São Paulo será a única a fazê-la isoladamente a partir de 2005. A estimativa da prefeitura é que a inspeção consiga reduzir a poluição em entre 30% e 40%.
O controle das emissões por evaporação nas bombas dos postos e no abastecimento de caminhões que transportam combustíveis são medidas "básicas". Elas já vêm sendo adotadas com sucesso nos EUA, onde estão algumas das cidades que mais sofrem com o ozônio, como Los Angeles, diz Flavio Cotrim Pinheiro, pesquisador e consultor ambiental.
É uma medida mais simples que mudar a formulação da gasolina. Cetesb e ANP (Agência Nacional do Petróleo) assinaram um acordo de cooperação técnica que prevê, entre outros, estudos para redução do teor de olefinas no combustível de 30% para entre 10% e 5%, mas isso esbarra em custo.
As olefinas são hidrocarbonetos que ajudam a formar o ozônio. Elas reagem com muita facilidade, por isso, se estiverem em menor quantidade, o esperado é que menos ozônio se forme. Não é certo que a agência consiga o que quer, mas, em menos de dez anos, não haverá muito mais o que fazer para combater a poluição do ar, diz Homero Carvalho, gerente da Divisão de Engenharia e Fiscalização da Cetesb. (MV)

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