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São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2003

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Interior também enfrenta crise

DAS REGIONAIS

As cidades do interior de São Paulo não vivem uma situação mais confortável do que a enfrentada pela Grande São Paulo.
Enquanto na região de Campinas (95 km de São Paulo) pelo menos 220 mil habitantes de seis cidades já estão sendo afetados pelo racionamento, na região do Vale do Paraíba a situação crítica dos reservatórios poderá exigir cinco anos de sacrifícios. O alvo, no entanto, serão as cidades fluminenses abastecidas pela bacia do rio Paraíba do Sul.
De acordo com a ANA (Agência Nacional de Águas), o corte no volume de água liberado dos reservatórios do Vale do Paraíba para o Rio de Janeiro, que foi definido temporariamente para evitar a falta d'água na bacia, deve ser estendido por mais cinco anos.
Em agosto, um acordo entre usuários dos trechos paulista e fluminense do rio cortou o volume de água liberado de 190 mil litros por segundo para 160 mil litros por segundo. O novo patamar, o mais baixo até hoje, foi o que evitou o desabastecimento.
O nível das represas é crítico. Os reservatórios tiveram seu pior momento em 1955, quando o volume útil atingiu 9%. Hoje, está em 14%, com previsão de chegar aos 9% em novembro se as condições climáticas não mudarem.
O reservatório de Santa Branca é o que tinha a situação mais crítica entre os três da região. A represa apresentava, na última medição, feita na quinta-feira, 10,2% de volume útil e vazão de 65 mil litros por segundo. Os reservatórios de Paraibuna e do Jaguari registravam 13,2% e 21,6% de volume útil, com vazão de 57 mil litros por segundo e 22 mil litros por segundo, respectivamente.
O volume subtraído dos usuários fluminenses seria suficiente para abastecer 30 cidades do porte de Taubaté (130 km de SP), por exemplo. O município, de cerca de 300 mil habitantes, consome aproximadamente mil litros de água por segundo.
A medida ainda precisa de aprovação dos usuários do sistema, mas já vem sendo defendida como a única forma de recuperar os níveis dos reservatórios e evitar o desabastecimento nas cidades.
O período de cinco anos é o estimado pelo superintendente de usos múltiplos da ANA, Joaquim Gondim, com base no tempo que foi gasto para que os reservatórios perdessem volume.


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