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Interior também enfrenta crise
DAS REGIONAIS
As cidades do interior de São
Paulo não vivem uma situação
mais confortável do que a enfrentada pela Grande São Paulo.
Enquanto na região de Campinas (95 km de São Paulo) pelo
menos 220 mil habitantes de seis
cidades já estão sendo afetados
pelo racionamento, na região do
Vale do Paraíba a situação crítica
dos reservatórios poderá exigir
cinco anos de sacrifícios. O alvo,
no entanto, serão as cidades fluminenses abastecidas pela bacia
do rio Paraíba do Sul.
De acordo com a ANA (Agência
Nacional de Águas), o corte no
volume de água liberado dos reservatórios do Vale do Paraíba
para o Rio de Janeiro, que foi definido temporariamente para evitar a falta d'água na bacia, deve ser
estendido por mais cinco anos.
Em agosto, um acordo entre
usuários dos trechos paulista e
fluminense do rio cortou o volume de água liberado de 190 mil litros por segundo para 160 mil litros por segundo. O novo patamar, o mais baixo até hoje, foi o
que evitou o desabastecimento.
O nível das represas é crítico. Os
reservatórios tiveram seu pior
momento em 1955, quando o volume útil atingiu 9%. Hoje, está
em 14%, com previsão de chegar
aos 9% em novembro se as condições climáticas não mudarem.
O reservatório de Santa Branca
é o que tinha a situação mais crítica entre os três da região. A represa apresentava, na última medição, feita na quinta-feira, 10,2% de
volume útil e vazão de 65 mil litros por segundo. Os reservatórios de Paraibuna e do Jaguari registravam 13,2% e 21,6% de volume útil, com vazão de 57 mil litros
por segundo e 22 mil litros por segundo, respectivamente.
O volume subtraído dos usuários fluminenses seria suficiente
para abastecer 30 cidades do porte de Taubaté (130 km de SP), por
exemplo. O município, de cerca
de 300 mil habitantes, consome
aproximadamente mil litros de
água por segundo.
A medida ainda precisa de
aprovação dos usuários do sistema, mas já vem sendo defendida
como a única forma de recuperar
os níveis dos reservatórios e evitar
o desabastecimento nas cidades.
O período de cinco anos é o estimado pelo superintendente de
usos múltiplos da ANA, Joaquim
Gondim, com base no tempo que
foi gasto para que os reservatórios
perdessem volume.
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