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Após inundação, cidades do RJ ficam sem água
ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A LAJE DO MURIAÉ E
ITAPERUNA (RJ)
Duas cidades do Rio de Janeiro tiveram, anteontem à
noite, o abastecimento de água
suspenso. A maior preocupação de técnicos da Cedae (empresa de água do Rio) é com a
duração do problema na região,
principalmente em Itaperuna,
que tem 110 mil habitantes.
O município de Laje do Muriaé foi atingido anteontem às
22h30 pela lama que vazou da
barragem da Mineração Rio
Pomba Cataguases, em Miraí
(MG), a 70 km. O tratamento da
água do rio Muriaé foi interrompido quando a turbidez
atingiu mil UNT (Unidade Nefelométrica de Turbidez). No
início da tarde, já era 3.710.
Retiro e Comendador Venâncio, distritos de Itaperuna,
também tiveram o abastecimento interrompido. No centro, o fornecimento poderia ser
fechado à noite, quando a lama
era esperada na cidade.
O fim do abastecimento destas cidades já era previsto pelos
técnicos da Cedae. O que eles
não sabem dizer é por quanto
tempo a falta d'água vai durar.
"Eu não sei até quando isso
vai durar. Eu tenho tudo: estrutura, equipamento. Mas não tenho como saber isso", disse o
diretor de Interior da Cedae,
Heleno Silva, na reunião do
grupo de técnicos que estudam
o problema. "Eu não sei o que
pode vir depois dessas chuvas
na região", disse sobre Miraí.
"Isso [a falta de água] pode
durar cinco, dez ou doze dias.
Em uma cidade de pouco mais
de 9.000 habitantes podemos
tentar resolver, mas em Itaperuna eu não sei o que será". No
acidente em março do ano passado, Laje do Muriaé ficou cinco dias sem água tratada.
A presidente da Serla (órgão
gestor de recursos hídricos do
RJ), Marilene Ramos, afirmou
que vai acionar a ANA (Agência
Nacional de Águas) para analisar a possibilidade de retirada
da argila do rio Muriaé.
Os 38 caminhões-pipa e os
que levavam copos de água mineral a Laje do Muriaé ainda
não haviam chegado no fim da
tarde de ontem. Apenas dois
haviam abastecido duas cisternas no alto da cidade. Parte deles foi enviada ao centro de Itaperuna, caso o fornecimento
fosse interrompido no centro.
Quando a lama chegou a Laje
do Muriaé, a enchente que abateu a cidade por dois dias já havia diminuído. No entanto, casas que ainda estavam alagadas
ficaram mais sujas com a argila
que se espalhou pela cidade.
Em Itaperuna, a preocupação era que o mesmo ocorresse.
Há dois dias a cidade está alagada devido às chuvas em Minas,
por onde passa o rio Muriaé.
Ontem uma das pistas da avenida principal da cidade estava
alagada e foi interditada. A previsão é de que a chuva continue.
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