São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 2007

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Após inundação, cidades do RJ ficam sem água

ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A LAJE DO MURIAÉ E ITAPERUNA (RJ)

Duas cidades do Rio de Janeiro tiveram, anteontem à noite, o abastecimento de água suspenso. A maior preocupação de técnicos da Cedae (empresa de água do Rio) é com a duração do problema na região, principalmente em Itaperuna, que tem 110 mil habitantes.
O município de Laje do Muriaé foi atingido anteontem às 22h30 pela lama que vazou da barragem da Mineração Rio Pomba Cataguases, em Miraí (MG), a 70 km. O tratamento da água do rio Muriaé foi interrompido quando a turbidez atingiu mil UNT (Unidade Nefelométrica de Turbidez). No início da tarde, já era 3.710.
Retiro e Comendador Venâncio, distritos de Itaperuna, também tiveram o abastecimento interrompido. No centro, o fornecimento poderia ser fechado à noite, quando a lama era esperada na cidade.
O fim do abastecimento destas cidades já era previsto pelos técnicos da Cedae. O que eles não sabem dizer é por quanto tempo a falta d'água vai durar.
"Eu não sei até quando isso vai durar. Eu tenho tudo: estrutura, equipamento. Mas não tenho como saber isso", disse o diretor de Interior da Cedae, Heleno Silva, na reunião do grupo de técnicos que estudam o problema. "Eu não sei o que pode vir depois dessas chuvas na região", disse sobre Miraí.
"Isso [a falta de água] pode durar cinco, dez ou doze dias. Em uma cidade de pouco mais de 9.000 habitantes podemos tentar resolver, mas em Itaperuna eu não sei o que será". No acidente em março do ano passado, Laje do Muriaé ficou cinco dias sem água tratada.
A presidente da Serla (órgão gestor de recursos hídricos do RJ), Marilene Ramos, afirmou que vai acionar a ANA (Agência Nacional de Águas) para analisar a possibilidade de retirada da argila do rio Muriaé.
Os 38 caminhões-pipa e os que levavam copos de água mineral a Laje do Muriaé ainda não haviam chegado no fim da tarde de ontem. Apenas dois haviam abastecido duas cisternas no alto da cidade. Parte deles foi enviada ao centro de Itaperuna, caso o fornecimento fosse interrompido no centro.
Quando a lama chegou a Laje do Muriaé, a enchente que abateu a cidade por dois dias já havia diminuído. No entanto, casas que ainda estavam alagadas ficaram mais sujas com a argila que se espalhou pela cidade.
Em Itaperuna, a preocupação era que o mesmo ocorresse. Há dois dias a cidade está alagada devido às chuvas em Minas, por onde passa o rio Muriaé. Ontem uma das pistas da avenida principal da cidade estava alagada e foi interditada. A previsão é de que a chuva continue.


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