São Paulo, domingo, 13 de janeiro de 2008

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Dois presos morrem em rebelião em Pernambuco

Os detentos teriam ficado insatisfeitos com a inspeção realizada pelos agentes

Presídio Aníbal Bruno, o maior do Estado, tem capacidade para 1.448 presos, mas abriga mais do que o dobro, 3.584 detentos

DA AGÊNCIA FOLHA

Dois presos morreram e pelo menos 11 ficaram feridos -sendo um em estado grave- em uma rebelião no presídio Aníbal Bruno, em Recife (PE), na noite de anteontem.
O presídio Aníbal Bruno, que é o maior de Pernambuco, tem capacidade para 1.448 presos, mas abriga atualmente 3.584 detentos.
A rebelião na penitenciária começou por volta das 18h30 de sexta-feira, nos pavilhões A e B da unidade. Os detentos, segundo o governo, ficaram insatisfeitos com a inspeção feita por agentes penitenciários no local onde ocorre o pernoite de mulheres para visita íntima.
Na inspeção, foram encontrados 81 papelotes de maconha, 20 gramas de crack, três celulares e facas artesanais.
O motim também pode ter sido motivado por rixas entre os presos, disse Isaac Wanderley, superintendente de Segurança Penitenciária da Seres (Secretaria Executiva de Ressocialização) do Estado.
Segundo informações da Seres, os detentos chegaram a incendiar colchões, o que prejudicou o fornecimento de energia elétrica no presídio.
A rebelião foi controlada por volta das 22h de anteontem, por cerca de 150 policiais do Batalhão de Choque e pelo Corpo de Bombeiros. Policiais usaram cães para conter os rebelados. Cleiton Lauro da Silva, 19, e Leandro Claudino da Silva, 23, morreram durante a manifestação.
Os detentos feridos foram levados aos hospitais Otávio de Freitas e Agamenon Magalhães, na capital pernambucana. Três permaneciam internados até ontem à tarde-um em estado grave.
Até a tarde de ontem, não havia sido detectada nenhuma fuga durante a rebelião, mas alguns pavilhões permaneciam sem energia elétrica.

Histórico
Em novembro do ano passado, o presídio foi palco de três motins seguidos -três presos morreram, 43 ficaram feridos e cerca de 100 foram transferidos. Na época, o governo do Estado estimou em R$ 1 milhão os prejuízos causados pelas rebeliões. (MARTHA ALVES e EDSON VALENTE)


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