São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

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Franco da Rocha, em SP, fica submersa

Abertura de comportas pela Sabesp agravou cheia, mas empresa diz que sistema no limite não deixou alternativa

Estão sob água o fórum, a prefeitura, a Câmara e outros prédios públicos; inundação chega a mais de 2 m em alguns pontos


JAMES CIMINO
ENVIADO A FRANCO DA ROCHA

O poder público em Franco da Rocha (47 km de São Paulo) está submerso.
Após as chuvas intensas que começaram na noite de segunda e que se repetiram na madrugada de terça para quarta-feira, a enxurrada engoliu todo o paço municipal.
Prefeitura, Câmara Municipal, fórum, delegacia de polícia, duas escolas, um ginásio de esportes, uma igreja, parte dos trilhos da CPTM e até um edifício da Sabesp ficaram sob as águas.
A cidade decretou estado de emergência e o prefeito Marcio Cechettini (PSDB) despachará em uma escola.
Além da perda de instalações, carros de polícia, ambulância e um ônibus, que acabou virando trampolim para as crianças que brincavam no meio da enxurrada, processos arquivados no Fórum também se perderam.
Segundo o delegado Luis Roberto Faria Hellmeister, a delegacia havia sido reformada recentemente com a ajuda da comunidade.
"Entregamos a delegacia no dia 1º de dezembro. Agora os policiais estão indo de bote tentar resgatar as armas.
Tivemos que estourar o muro da igreja para conseguir retirar as viaturas. Ainda bem que o padre concordou...", disse o delegado.
Dezenas de pessoas ficaram ilhadas na cidade. Cerca de 40 famílias tiveram de deixar suas casas. A água chegou a 2 m em alguns pontos.

ÁGUA REPRESADA
A Sabesp admitiu que uma das causas da permanência da cheia em Franco da Rocha, mesmo depois de pelo menos 15 horas sem chuvas no município, foi a abertura das comportas da represa Paiva Castro, que liberou até 80 m3/s no rio Juqueri, que corta a cidade.
Mas disse que não havia outra alternativa, já que o sistema da barragem já tinha chegado a 97% de sua capacidade e precisava ser esvaziado, sob risco de ruptura. Segundo a Sabesp, a represa até contribuiu para que a enchente fosse menor, já que segurou 145 m3/s quando a cidade já estava inundada.

Colaborou CRISTINA MORENO DE CASTRO


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