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SVP conseguiu aprovar medidas anti-imigração
DA REPORTAGEM LOCAL CORRESPONDENTE DA FOLHA
Em setembro de 2007, a imagem com traços infantis de três
ovelhas brancas expulsando
uma negra de uma bandeira da
Suíça causou a reação da ONU.
De autoria do SVP (sigla em
alemão do Partido do Povo Suíço, o maior em representantes
no Parlamento), o pôster com o
lema "Por mais segurança" foi
espalhado pelas ruas. Segundo
a ONU, que pediu o veto da
imagem, o partido incitava o
"ódio racial e religioso". Em outro pôster, corvos bicam um
mapa da Suíça, e há a frase:
"Passe livre para todos? Não".
Um mês depois, o SVP, que já
era maioria, saiu fortalecido.
Aumentou sua bancada aproveitando-se do enfraquecimento do Partido Social Democrata, o segundo maior do país. O
equilíbrio entre direita e esquerda, porém, foi mantido, devido aos votos dos Verdes.
Na Suíça, os representantes
do Legislativo, são eleitos por
voto direto. O Executivo, eleito
indiretamente pelo Parlamento, é formado por um gabinete
de sete ministros, que escolhe
um presidente. O SVP faz parte
da atual coalizão do governo.
Um de seus líderes é o polêmico bilionário Christoph Blocher, ex-ministro da Justiça.
Com posições xenófobas e isolacionistas, Blocher conquistou
uma das vagas do gabinete em
2003, posição que já não ocupa
mais -hoje é vice-presidente
do partido. Foi um dos líderes
do movimento que impediu a
adesão à União Europeia da
Suíça, historicamente neutra.
Em 2006, o ultradireitista
conseguiu aprovar medidas
que endureciam as regras para
a concessão de asilo político e
limitavam a entrada de imigrantes não-qualificados que
não fossem europeus. Eles só
seriam aceitos no país se tivessem "capacitação especial".
A proposta foi aprovada em
referendo por 68% -é por consultas populares que o país introduz emendas à Constituição
e contesta leis votadas no Parlamento. Também por referendo, regiões do país comandadas
pelo SVP rejeitaram pedidos de
nacionalização de estrangeiros.
O caso da brasileira ocorreu
em meio a mais um plebiscito
para decidir se os suíços manteriam ou não o acordo de livre
circulação pelo país de trabalhadores da União Europeia.
Por 59% dos votos, o acordo foi
confirmado.
(ESTÊVÃO BERTONI e MARCELO NINIO)
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