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Especialistas cobram controle de consumo
DA REPORTAGEM LOCAL
No seu plano, a Sabesp fez o que
sabe fazer de melhor: programar
obras. Esqueceu-se, porém, de dizer como reduzir consumo e perdas e aumentar o reúso e deixou
de lado o custo ambiental dos empreendimentos. É essa a opinião
de especialistas que assistiram à
apresentação do documento na
Agência da Bacia do Alto Tietê.
Os pontos positivos foram a
economia nos gastos e a definição
de prioridades; entre os negativos
está a falta de sintonia com os planos diretores municipais.
"O plano é bem razoável", disse
Marussia Whately, pesquisadora
de recursos hídricos do ISA (Instituto Socioambiental). Para ela,
faltou detalhar que instância vai
fazer o que para se chegar ao cenário de menor demanda. O fato
de os gastos não serem "absurdos" torna o plano factível, disse.
"A primeira impressão foi boa",
afirmou Júlio Cerqueira César
Neto, presidente da agência de
bacia. Segundo ele, a entidade vai
avaliar o plano com mais detalhe.
Para Rubens Born, do Instituto
Vitae Civilis, ainda falta à Sabesp
incluir nos cálculos das obras, por
um lado, os custos ambientais de
inundação de áreas para represas
e, do outro, se não compensaria
priorizar a preservação e recuperação de mananciais em uso, levando em conta benefícios como
ter uma água onde se possa nadar.
"Esse é o diferencial que se espera de uma empresa pública de saneamento", defendeu Born.
Já André Castro, coordenador
na Prefeitura de São Paulo do grupo que elaborou a lei que dá o
controle do saneamento ao município (suspensa pela Justiça), o
principal problema será de onde
tirar o dinheiro para o plano.
O presidente da Sabesp, Dalmo
Nogueira do Valle, diz que a empresa estuda alternativas para a
redução do consumo e está aberta
a incluir no plano diretor contribuições da sociedade. Afirma ainda que a Sabesp é independente
do Tesouro estadual e que, por ter
boa "saúde" financeira, obtém
empréstimos de outras fontes.
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