DO "AGORA"

A auxiliar de cozinha Lina Gomes Ferreira, 38, esfaqueada anteontem por um morador de rua na avenida Paulista (região central de São Paulo), imaginou que estava sendo atacada por um psicopata ao receber o primeiro golpe do agressor.
"Na hora só pensei que fosse um maníaco igual àquele do Rio de Janeiro", disse Lina ontem ao Agora, referindo-se ao assassinato de 12 adolescentes ocorrido em uma escola de Realengo na última quinta-feira.
Lina saíra do restaurante onde trabalha, na rua Peixoto Gomide, e estava em um ponto de ônibus próximo ao parque Trianon quando o morador de rua José Francisco da Silva, 52, a esfaqueou no rosto, entre o nariz e a boca, às 16h50 de anteontem.
"Ele me atacou sem falar nada. Depois vi a faca clareando de novo no meu rosto. Acho que ele queria acertar meu olho. Levantei o braço pra me defender e ele acertou a facada na minha mão", contou a auxiliar de cozinha.
Mesmo ferida, Lina saiu correndo até uma base da Polícia Militar no parque Trianon para pedir ajuda. Ela disse que não viu o cozinheiro Antonio Laércio de Oliveira Inácio, 44, ser esfaqueado pelo morador de rua. Inácio saiu ontem da UTI.
"Dizem que ele tentou me ajudar, mas não vi. Havia outras pessoas no ponto, mas todo mundo saiu correndo ao ver o homem com a faca", afirmou Lina, que foi levada para o hospital por um taxista. Ela recebeu oito pontos no rosto e cinco na mão direita.
O agressor foi preso pelos PMs acionados por Lina. Ele alegou que havia sido perseguido dias atrás por pessoas estranhas e que suas vítimas teriam tentado agredi-lo.
Lina desmentiu o agressor. "Eu nunca vi esse cara", disse. Silva foi autuado em flagrante sob suspeita de tentativa de homicídio e lesão corporal. A polícia crê que ele tenha transtorno mental.


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