São Paulo, domingo, 13 de maio de 2007 |
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Mães fazem cursos para ser supermães
Escolas oferecem aulas de massagem indiana para bebês, segurança doméstica a até de como lidar com adolescentes
DANIELA TÓFOLI DA REPORTAGEM LOCAL Foi à base do instinto que a dentista Sandra Crosio, 60, aprendeu a ser mãe. Quando teve Júlia, 24, sua primeira e única filha, não havia cursos preparatórios para gestantes, tão comuns hoje nas maternidades (em alguns casos, eles ensinam até sobre saúde bucal de recém-nascidos, como no oferecido pelo hospital São Luiz). Sem ajuda que não fosse a do marido, ela foi aprendendo a ser mãe. Até que a filha chegou à puberdade e os conflitos da fase levaram Sandra a procurar um workshop para pais de adolescentes. Foi o primeiro curso para mães que fez na vida. A advogada Rita de Cássia Belinasi Solano, 34, é mãe de Davi, de cinco meses. Durante a gravidez, saía da pós-graduação e corria para cursos de preparação para o parto, de shantala (massagem indiana para bebês) e de segurança doméstica. "As mulheres começam a perceber que, assim como se preparam para o mercado de trabalho, também podem se preparar para a maternidade", diz Dóris Barg, idealizadora da Mammy To be, espaço voltado para grávidas e mães. Lucila Camargo, fundadora do Instituto Vida Excelente, responsável pelas aulas a pais de adolescentes, diz que a procura é grande. "Recebo pais de crianças de nove anos já preocupados em se preparar para a adolescência dos filhos." Nas cinco semanas do curso, as mães aprendem sobre as mudanças físicas dos jovens, discutem temas como autoridade e a importância da transgressão e participam de brincadeiras nas quais simulam voltar à adolescência. Sem tempo "Antes, as mães se encontravam na porta do colégio e tinham tempo de conversar e se ajudar. Agora, é preciso formar grupos para troca de informações", afirma Analy Uriart, 41, co-fundadora do grupo de amamentação do Gama (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa). Mãe de três crianças, a mais nova com seis meses, ela sentia falta de conversar com outras mulheres e discutir, principalmente, questões ligadas ao aleitamento. "Mesmo no terceiro filho, a gente tem dúvida", diz. O aprendizado não significa que é preciso abdicar da carreira. A maioria desses cursos (que custam de R$ 84 a R$ 500) acontece à noite e aos fins de semana. "Mais de 90% das nossas clientes trabalham fora", diz Dóris Barg. Mãe de primeira viagem, Laureana Piragine, 32, já fazia cursos aos três meses de gestação. Fez os de preparação para o parto, ioga e shantala, e fará o de segurança doméstica. "Farei todos os cursos que puder", diz. Especialistas alertam para o exagero. "Não se pode esperar que um curso dite regras prontas", diz Magdalena Ramos, terapeuta familiar e professora da PUC-SP. Para ela, melhor do que perder horas em muitas aulas é usar o tempo livre para estar com o filho. "Passar uma hora ao lado da criança ou do jovem, brincando, conversando, pode ser mais enriquecedor do que qualquer curso." Veja opções de cursos http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u135312.shtml Texto Anterior: Isabela Suplicy guarda caderno de receitas da família Próximo Texto: Patroas exigem babás cada vez mais qualificadas Índice |
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