São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008 |
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BARBARA GANCIA Foi feita justiça? Quero saber se quem mentiu no caso do padre Júlio receberá o mesmo tratamento de quem disse a verdade
NÃO É POSSÍVEL SABER os pormenores do julgamento,
uma vez que o processo correu em segredo de Justiça. Mas ainda há algumas dúvidas antigas por
esclarecer no caso do padre Júlio
Lancelotti, famoso por defender os
direitos dos adolescentes, que no
ano passado acusou de extorsão o
ex-interno da Febem, Anderson
Marcos Batista, a mulher dele, Conceição Eletério, e os irmãos Evandro
e Everson Guimarães. A mãe de uma das adolescentes que desapareceram dizendo que iam ao cinema (e foram encontradas em Curitibanos, Santa Catarina) desabafou aos jornalistas depois da volta da pimpolha: "Eu sou uma mãe superlegal, dou liberdade; ao mesmo tempo, levo e busco no colégio, converso, aí ela vai e desaparece". Não tenho filhos, mas ouso dizer que também sumiria se minha mãe fosse tão despreparada. Eu pergunto: não está na hora de pai e mãe saírem dessa camisa-de-força de ser "superlegal" com os filhos? Desde quando os pais têm de ser melhores amigos e confidentes? Quem faça isso, está cheio por aí, mas para estabelecer limites, orientar e impor disciplina, só mesmo os chatos do papai e da mamãe. Acontece que a minha geração, que acha normal beber, fumar cigarro e até o cigarrinho (ilegal) do diabo na frente da filharada, tem horror de passar por cricri. Claro, dá muito mais trabalho dizer "não" do que ceder às pressões dos filhos. E minha geração, não podemos esquecer, também foi ultramimada pelos pais. Quem disse que gostamos de fazer esforço? É muito mais fácil deixar como está. Até a hora em que o filho revela ser um Alexandre Nardoni, daí a gente vê como lida com o problema, não é mesmo? Pois eu digo que somos um país de desleixados que educa seus filhos malíssimo. Basta ver, nas noites de domingo, a criançada correndo e gritando nas pizzarias. Ou fazendo fita, batendo o pé e dando piti nos caixas de supermercado porque os pais não compraram isso ou aquilo que eles queriam. A ruína total está a um passo. barbara@uol.com.br Texto Anterior: Peças não são as mais valiosas do acervo, dizem especialistas Próximo Texto: Qualidade das praias: Caraguá, Ilhabela e Ubatuba têm melhora na balneabilidade Índice |
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