São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2004

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CONTAMINAÇÃO

Alvos são 4 empresas

Hemofílicos vão pedir indenização nos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

João (nome fictício) tem 37 anos, é hemofílico e descobriu, em 1988, que estava contaminado pelo vírus HIV. Cinco anos depois, um outro exame revelou a contaminação pelo vírus HCV (hepatite C). Há alguns meses, soube que pode pedir uma indenização nos Estados Unidos.
Ele vai se juntar a cerca de 15 mil pessoas do mundo inteiro que vão processar, por meio de uma ação coletiva ("class action"), quatro empresas norte-americanas -Alpha, Armour, Bayer e Baxter- acusadas de fabricar e vender concentrados de fator 8 e 9 contaminados pelos vírus HIV e HCV. Os concentrados são usados no tratamento de hemofilia.
Segundo os autores da ação, entre 1974 e 1990, as empresas venderam hemoderivados a diversos países, mesmo sabendo que o sangue usado para a fabricação dos remédios era coletado de pessoas pertencentes a grupos de risco. Em 1985, a venda foi proibida nos Estados Unidos, mas continuou a ser feita em outros países -no Brasil, por exemplo.
De acordo com o advogado Leonardo Amarante, para participar da ação, é preciso comprovar ser hemofílico contaminado e ter sido tratado com remédios de uma das quatro empresas. O advogado estima que estejam nessa situação mais de 6.000 pessoas no Brasil. Elas podem se habilitar na ação até 17 de setembro deste ano.
Ontem, o Núcleo de Atendimento Jurídico ao Hemofílico prestou esclarecimentos a cerca de 120 pessoas no hotel Crowne Plaza, em São Paulo. Hoje, às 17h, haverá uma segunda reunião. O endereço é r. Frei Caneca, 1.360. O núcleo também dá orientações pelo telefone 0/xx/21/2507-4195 (a chamada pode ser feita a cobrar). (UIRÁ MACHADO)


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