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CONTAMINAÇÃO
Alvos são 4 empresas
Hemofílicos vão pedir indenização nos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
João (nome fictício) tem 37
anos, é hemofílico e descobriu,
em 1988, que estava contaminado
pelo vírus HIV. Cinco anos depois, um outro exame revelou a
contaminação pelo vírus HCV
(hepatite C). Há alguns meses,
soube que pode pedir uma indenização nos Estados Unidos.
Ele vai se juntar a cerca de 15 mil
pessoas do mundo inteiro que
vão processar, por meio de uma
ação coletiva ("class action"),
quatro empresas norte-americanas -Alpha, Armour, Bayer e
Baxter- acusadas de fabricar e
vender concentrados de fator 8 e 9
contaminados pelos vírus HIV e
HCV. Os concentrados são usados no tratamento de hemofilia.
Segundo os autores da ação, entre 1974 e 1990, as empresas venderam hemoderivados a diversos
países, mesmo sabendo que o
sangue usado para a fabricação
dos remédios era coletado de pessoas pertencentes a grupos de risco. Em 1985, a venda foi proibida
nos Estados Unidos, mas continuou a ser feita em outros países
-no Brasil, por exemplo.
De acordo com o advogado
Leonardo Amarante, para participar da ação, é preciso comprovar
ser hemofílico contaminado e ter
sido tratado com remédios de
uma das quatro empresas. O advogado estima que estejam nessa
situação mais de 6.000 pessoas no
Brasil. Elas podem se habilitar na
ação até 17 de setembro deste ano.
Ontem, o Núcleo de Atendimento Jurídico ao Hemofílico
prestou esclarecimentos a cerca
de 120 pessoas no hotel Crowne
Plaza, em São Paulo. Hoje, às 17h,
haverá uma segunda reunião. O
endereço é r. Frei Caneca, 1.360. O
núcleo também dá orientações
pelo telefone 0/xx/21/2507-4195 (a
chamada pode ser feita a cobrar).
(UIRÁ MACHADO)
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