São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2004

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Plantão chega a ter 5 policiais para 200 presos

DA REPORTAGEM LOCAL

O traficante Ricardo Ferreira, 21, apontado pela polícia como o alvo de um resgate de presos no 27º DP (Campo Belo), no dia 31 de maio, o maior registrado em um distrito policial de São Paulo, continua foragido. Quando ele escapou, durante um plantão noturno, cinco policiais eram responsáveis pelo registro das ocorrências e, ao mesmo tempo, vigiavam 190 presos em um local com capacidade para 30.
Homens armados com submetralhadoras não tiveram dificuldade para render os policiais, que estavam no balcão de atendimento. Um carcereiro foi preso em flagrante sob suspeita de conivência, mas já teve sua prisão relaxada e agora responde ao processo em liberdade. Dos 190 presos, 147 fugiram e 64 foram recapturados, segundo o distrito.
As condições de segurança verificadas na madrugada de 31 de maio no 27º DP são as mesmas da maioria dos distritos que têm carceragem em São Paulo.
Nos plantões noturnos ou de finais de semana, quatro ou cinco policiais têm de cuidar do registro das ocorrências e também das carceragens, que chegam a ultrapassar a lotação de 200 presos -10 das 52 carceragens se enquadram nesse caso.
Vistoria realizada por procuradores da República no 102º DP (Capela do Socorro), no último dia 26, um sábado, apenas confirmou esse quadro.
Segundo relatório do Ministério Público Federal, quatro policiais estavam no distrito, que abriga 96 presos em um local destinado para 20. No documento, os procuradores também criticam o fato de não existir nenhum circuito eletrônico de vigilância.
Ricardo Ferreira teria ligações com membros de uma quadrilha suspeita de chefiar o tráfico na favela Alba, na zona sul, de assaltar carros-fortes e de roubar, em aeroportos, terminais de carga da Varig e da TAM.
A polícia disse que pediu a transferência de Ferreira para um presídio 11 dias antes do resgate. O Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) de São Paulo informou que a polícia pediu a transferência para o órgão errado da Justiça e que, por isso, houve demora na decisão. (GP)


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