São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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SAÚDE

Letalidade cresceu 45% no Estado

Sobe em SP mortalidade por câncer de próstata

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa de mortalidade do câncer de próstata aumentou no Estado de São Paulo. Segundo pesquisa feita pela Fosp (Fundação Oncocentro de São Paulo), órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde, o coeficiente de mortalidade subiu 44,86% no biênio 2002/2003 se comparado ao biênio 1987/1988.
Esse câncer é o terceiro que mais mata homens no Estado.
O índice de mortalidade subiu de 10,7 para cada 100 mil habitantes para 15,5. Mas, embora seja o terceiro tipo de câncer que mais mata homens no Estado -só perde para o câncer de pulmão e para o câncer de estômago-, ele é o primeiro tipo em incidência entre os homens.
"Mais homens estão morrendo de câncer de próstata porque relutam em fazer o diagnóstico precoce por uma questão cultural. Quando percebem, a doença já está em estágio avançado", diz o urologista Luciano João Nesrallah, chefe do Setor de Tumores Urológicos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Apesar de os diagnósticos ainda serem tardios, o estudo da Fosp mostra que o número de novos casos de câncer de próstata cresceu 29,6% nos últimos cinco anos (12.913 novos casos). Os dados levam em consideração todos os diagnósticos registrados pelos 54 Centros de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Estado.
A doença atinge principalmente homens com mais de 60 anos, além daqueles que tenham histórico de câncer na família. Mas o exame de prevenção - que inclui o toque retal, a ultra-sonografia e o exame de sangue- deve começar a ser feito a partir dos 40 anos.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o exame de prevenção seja feito pelo menos uma vez por ano. Com isso, cerca de 80% dos casos são detectados ainda na fase inicial da doença, o que aumenta consideravelmente as chances de cura.
"Por isso é fundamental que os homens entendam a importância da realização de exames anuais", afirma Marcelo Pitelli Turco, administrador do Setor de Urologia do hospital Brigadeiro, em São Paulo. "O procedimento não dói nada, dura cerca de dois minutos e, com os outros dois exames, aponta uma sensibilidade de 95% da doença", diz Nesrallah.
Entre os dias 22 deste mês e 2 de setembro, o hospital Brigadeiro realizará um mutirão para zerar a fila de cirurgias não urgentes de câncer de próstata, que é formada por 34 pacientes.


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