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SAÚDE
Letalidade cresceu 45% no Estado
Sobe em SP mortalidade por câncer de próstata
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa de mortalidade do câncer
de próstata aumentou no Estado
de São Paulo. Segundo pesquisa
feita pela Fosp (Fundação Oncocentro de São Paulo), órgão ligado
à Secretaria de Estado da Saúde, o
coeficiente de mortalidade subiu
44,86% no biênio 2002/2003 se
comparado ao biênio 1987/1988.
Esse câncer é o terceiro que
mais mata homens no Estado.
O índice de mortalidade subiu
de 10,7 para cada 100 mil habitantes para 15,5. Mas, embora seja o
terceiro tipo de câncer que mais
mata homens no Estado -só
perde para o câncer de pulmão e
para o câncer de estômago-, ele
é o primeiro tipo em incidência
entre os homens.
"Mais homens estão morrendo
de câncer de próstata porque relutam em fazer o diagnóstico precoce por uma questão cultural.
Quando percebem, a doença já
está em estágio avançado", diz o
urologista Luciano João Nesrallah, chefe do Setor de Tumores
Urológicos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Apesar de os diagnósticos ainda
serem tardios, o estudo da Fosp
mostra que o número de novos
casos de câncer de próstata cresceu 29,6% nos últimos cinco anos
(12.913 novos casos). Os dados levam em consideração todos os
diagnósticos registrados pelos 54
Centros de Alta Complexidade
em Oncologia (Cacon) do Estado.
A doença atinge principalmente
homens com mais de 60 anos,
além daqueles que tenham histórico de câncer na família. Mas o
exame de prevenção - que inclui
o toque retal, a ultra-sonografia e
o exame de sangue- deve começar a ser feito a partir dos 40 anos.
A OMS (Organização Mundial
da Saúde) recomenda que o exame de prevenção seja feito pelo
menos uma vez por ano. Com isso, cerca de 80% dos casos são detectados ainda na fase inicial da
doença, o que aumenta consideravelmente as chances de cura.
"Por isso é fundamental que os
homens entendam a importância
da realização de exames anuais",
afirma Marcelo Pitelli Turco, administrador do Setor de Urologia
do hospital Brigadeiro, em São
Paulo. "O procedimento não dói
nada, dura cerca de dois minutos
e, com os outros dois exames,
aponta uma sensibilidade de 95%
da doença", diz Nesrallah.
Entre os dias 22 deste mês e 2 de
setembro, o hospital Brigadeiro
realizará um mutirão para zerar a
fila de cirurgias não urgentes de
câncer de próstata, que é formada
por 34 pacientes.
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