São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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"Só pude salvar os meus filhos"

DA AGÊNCIA FOLHA

Enquanto o poder público arranja abrigos provisórios e promete dar um ponto final ao drama da favela, moradores vasculhavam nas cinzas o que sobrou de seus bens e de sua dignidade.
A faxineira Marizélia Alves Costa, 40, confessa que tem medo de continuar morando na Zaki Narchi, mas não tem para onde ir. "A prefeitura já tirou metade dos moradores daqui. Fala que vai levar o resto, mas isso não está acontecendo", reclama.
Quem estava mais longe do foco do incêndio agiu rapidamente e conseguiu retirar móveis, eletrodomésticos e roupas e amontoar tudo no meio da rua, como o pedreiro Wilson Silva Oliveira, 47, que mora há 10 anos na favela com a mulher e dois filhos. "Consegui jogar tudo no meio da rua e ajudar os vizinhos", conta o pedreiro, que pretende colocar os objetos dentro do barraco quando tudo terminar.
Já a doméstica Roseli dos Santos, 27, mãe de dois filhos e grávida de 3 meses, não teve a mesma sorte. "Só deu tempo de salvar os filhos, retirar documentos e a televisão", afirma Santos, que teria de dormir na rua na noite passada.


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