|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Só pude salvar os meus filhos"
DA AGÊNCIA FOLHA
Enquanto o poder público arranja abrigos provisórios e promete dar um ponto final ao drama da favela, moradores vasculhavam nas cinzas o que sobrou
de seus bens e de sua dignidade.
A faxineira Marizélia Alves Costa, 40, confessa que tem medo de
continuar morando na Zaki Narchi, mas não tem para onde ir. "A
prefeitura já tirou metade dos
moradores daqui. Fala que vai levar o resto, mas isso não está
acontecendo", reclama.
Quem estava mais longe do foco
do incêndio agiu rapidamente e
conseguiu retirar móveis, eletrodomésticos e roupas e amontoar
tudo no meio da rua, como o pedreiro Wilson Silva Oliveira, 47,
que mora há 10 anos na favela
com a mulher e dois filhos. "Consegui jogar tudo no meio da rua e
ajudar os vizinhos", conta o pedreiro, que pretende colocar os
objetos dentro do barraco quando tudo terminar.
Já a doméstica Roseli dos Santos, 27, mãe de dois filhos e grávida de 3 meses, não teve a mesma
sorte. "Só deu tempo de salvar os
filhos, retirar documentos e a televisão", afirma Santos, que teria de
dormir na rua na noite passada.
Texto Anterior: Local também favorece fugas Próximo Texto: Segurança: Tráfico cobra pedágio de perueiros no Rio de Janeiro Índice
|