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Justiça de SP permite que jovem tatuado continue a disputar uma vaga na PM
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Se Deus quiser", L.S.B., 25,
vai ser policial militar. Ao menos, é o que ele diz. Candidato
a soldado da PM excluído de
um concurso por ter tatuagem, ele conseguiu, no último
dia 5, uma liminar que garante
participação nas próximas
etapas da seleção -mesmo ostentando um pégaso (cavalo
alado da mitologia grega) verde-azulado nas costas.
"Ele só recebeu a cartinha
dizendo: "O senhor foi considerado inapto no concurso'",
diz o defensor público Luiz
Rascovski, que teve o pedido
de liminar deferido pela 5ª Vara da Fazenda Pública de São
Paulo. Agora, L.S.B. fará os últimos testes (psicológico, investigação social e análise de
títulos). Se aprovado, entra para o curso, aspirando a um salário inicial de R$ 2.000.
L.S.B. já fez provas de escolaridade e de condicionamento físico e foi aprovado, segundo a Defensoria Pública. Mas,
na terceira etapa, passou em
12 dos 13 exames médicos. Foi
reprovado na avaliação de pele, por conta do desenho.
"Minha tatuagem não aparece nem de regata", afirma
L.S.B, que não viu problemas
ao ler o edital, que diz que "os
candidatos que ostentarem tatuagem serão submetidos à
avaliação"; que o desenho
"não poderá atentar contra a
moral e os bons costumes"; e
que "deverá ser de pequenas
dimensões", sem cobrir "regiões ou membros do corpo
em sua totalidade" ou estar
"em regiões visíveis quando da
utilização de uniforme de treinamento físico".
Para Rascovski, todas as
cláusulas foram obedecidas.
"A tatuagem do candidato não
afronta a moral e os bons costumes e localiza-se na parte
posterior do ombro, não interferindo de nenhuma forma na
sua atuação como membro da
polícia."
A PM diz seguir "o que está
no edital do concurso".
Para L.S.B, ser PM era "um
sonho", antigo como a marca
que tentou esconder. "Tenho
uma mancha de nascença e fiz
a tatuagem para cobri-la", afirma. Mas não deu certo. "A tatuagem ficou mais escura e a
mancha também." E ele acabou reprovado no concurso.
"Preparei-me por um ano e
meio, consegui bolsa em cursinho, aí o médico vê de longe e
dá um parecer: eliminado", diz
L.S.B, agora mais confiante. "É
minha opção e vai dar certo. Se
Deus quiser."
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