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Paulista terá novo piso com 4 meses de atraso e 33% mais caro
Reforma iniciada em julho do ano passado termina até o final deste mês; alterações no projeto custaram R$ 2,7 milhões a mais
Pedestres e entidades elogiam
piso acessível a deficientes,
mas reclamam de falta de
verde, desnível em relação a
prédios e primeiros remendos
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A reforma na calçada da avenida Paulista, a principal de São
Paulo, termina até o final do
mês com atraso, 33% mais cara
do que o previsto. A inauguração acontecerá sob críticas de
falta de verde, do desnível que o
rebaixamento do piso deixou
na entrada dos prédios e com os
primeiros remendos.
Embora o piso liso e acessível
a deficientes físicos seja elogiado pela maioria dos pedestres
ouvidos pela Folha, também
há queixas contra o projeto -a
sujeira ficou mais evidente e
perdeu-se a identidade.
Iniciada em julho de 2007, a
obra, da Engeform, deveria
custar R$ 8,12 milhões e durar
nove meses. Agora, a Secretaria
das Subprefeituras afirma que
a reforma termina em agosto,
com quatro meses de atraso.
A secretaria aumentou o
valor pago à empreiteira em
R$ 2.692.713,69 alegando que
não havia previsto, por exemplo, colocar placas de sinalização no entorno da Paulista para
avisar sobre as obras.
Além disso, a pasta comandada por Andrea Matarazzo
afirma que foi preciso trocar
mais sarjetas e caixas de passagem de concessionárias do que
o previsto, entre outras mudanças em relação ao projeto.
Para a superintendente da
Associação Paulista Viva,
Marly Lemos, não considerar a
instalação de placas no projeto
é "no mínimo estranho". "Se o
cimento tivesse subido esses
33%, tudo bem, mas não prever
coisas óbvias é meio esquisito."
Segundo ela, a associação,
uma das defensoras da acessibilidade na Paulista, não concorda com a nova calçada. "A
obra já vai ser entregue com
problemas, tem lugar que empoça, desnível para prédios e
tampa de caixa em cima de
rampa para pedestre."
Também ficou mais evidente
a sujeira. As manchas pretas
causam contraste maior no piso liso do que antes, no mosaico português, preto e branco.
A presidente da associação
de moradores de Cerqueira Cézar, Célia Marcondes, diz que
recebe mais críticas do que elogios. "O piso liso melhorou bastante, mas faltou verde."
Outro problema são os remendos feitos por empresas
que precisam abrir a calçada,
como as concessionárias de
serviços públicos.
Em frente ao número 286,
uma área do tamanho de um
carro foi remendada pela Eletropaulo. "Ficou uns 15 dias
aberto, depois fecharam assim
mesmo", conta o controlador
de acesso do prédio, Cleudson
Oliveira de Moura. A prefeitura
lançou, na semana passada,
uma cartilha com normas de
como trabalhar no local.
A própria prefeitura também
pode ser obrigada a fazer um
recorte nas placas de concreto
por exigência do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico). O órgão queria manter
parte do piso em mosaico e fez
um acordo para que uma faixa
fosse preservada em frente a
seis prédios tombados. A faixa
foi colocada em cinco locais,
mas falta cumprir o trato no
Colégio Rodrigues Alves, que a
prefeitura quer renegociar.
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