São Paulo, quinta-feira, 13 de agosto de 2009

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Para moradores e funcionários, serviço já é ruim

TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Se eu não varrer as calçadas, ninguém faz por mim", reclamou ontem Jairo Silva, funcionário de um bar na Consolação, centro de São Paulo.
Com uma vassoura na mão, restringia-se a afastar bitucas de cigarro, papeis de bala e embalagens de salgadinhos da calçada para a sarjeta.
"Se não for assim, a calçada fica suja, o bar não vende e a fiscalização multa", justificou.
Quando os varredores não aparecem, frequentadores da região central ficam por conta da boa vontade de funcionários do comércio para andar em calçadas limpas.
Ali, queixas sobre o serviço de limpeza da cidade são comuns e a informação de que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) cortará verba da limpeza das ruas não causa comoção.
"A verdade é que o serviço nunca foi lá essas coisas. Então, sinceramente, diminuir a verba não muda minha vida", disse José Antônio Reis, funcionário de um bar perto da praça da República (centro).
Ele conta que, para agradar aos clientes, tem de varrer as calçadas pela manhã, ao abrir, e à noite, antes de fechar.
Não muito longe dali, próximo ao viaduto do Chá, seis garis revezavam-se na varredura das calçadas próximas à sede da prefeitura. Embora admitissem que a prioridade de limpeza da região eram os prédios históricos, não quiseram comentar o itinerário de limpeza do dia.

Cidade limpa
Para a manicure Luzia dos Santos, a sujeira nas imediações da rua da Consolação aumentou principalmente depois das eleições do ano passado. "Naquela época, a cidade estava tinindo; mesmo aqui, que sempre foi uma sujeira só", disse.
Cybelle Fioravante, moradora da região, comenta que varredores passam antes dos horários de movimento, o que acaba por deixar a rua suja durante a noite. "E agora o prefeito da cidade limpa quer deixar a cidade suja. Ainda mais suja", lamenta.


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