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Para moradores e funcionários, serviço já é ruim
TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Se eu não varrer as calçadas, ninguém faz por
mim", reclamou ontem
Jairo Silva, funcionário de
um bar na Consolação,
centro de São Paulo.
Com uma vassoura na
mão, restringia-se a afastar bitucas de cigarro, papeis de bala e embalagens
de salgadinhos da calçada
para a sarjeta.
"Se não for assim, a calçada fica suja, o bar não
vende e a fiscalização multa", justificou.
Quando os varredores
não aparecem, frequentadores da região central ficam por conta da boa vontade de funcionários do
comércio para andar em
calçadas limpas.
Ali, queixas sobre o serviço de limpeza da cidade
são comuns e a informação de que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) cortará verba da limpeza das
ruas não causa comoção.
"A verdade é que o serviço nunca foi lá essas coisas. Então, sinceramente,
diminuir a verba não muda minha vida", disse José
Antônio Reis, funcionário
de um bar perto da praça
da República (centro).
Ele conta que, para agradar aos clientes, tem de
varrer as calçadas pela manhã, ao abrir, e à noite, antes de fechar.
Não muito longe dali,
próximo ao viaduto do
Chá, seis garis revezavam-se na varredura das calçadas próximas à sede da
prefeitura. Embora admitissem que a prioridade de
limpeza da região eram os
prédios históricos, não
quiseram comentar o itinerário de limpeza do dia.
Cidade limpa
Para a manicure Luzia
dos Santos, a sujeira nas
imediações da rua da Consolação aumentou principalmente depois das eleições do ano passado. "Naquela época, a cidade estava tinindo; mesmo aqui,
que sempre foi uma sujeira só", disse.
Cybelle Fioravante, moradora da região, comenta
que varredores passam
antes dos horários de movimento, o que acaba por
deixar a rua suja durante a
noite. "E agora o prefeito
da cidade limpa quer deixar a cidade suja. Ainda
mais suja", lamenta.
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