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Escolas particulares não afastam grávidas
Recomendação de sindicato de SP é que gestantes, mais vulneráveis à gripe suína, trabalhem inclusive nas salas de aula
Secretaria Estadual da Saúde, no entanto, orienta transferência para setores em que o contato com
o público seja menor
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O sindicato das escolas particulares do Estado de São Paulo
recomendou ontem aos colégios que as grávidas trabalhem
normalmente, inclusive dentro
das salas de aula.
A orientação difere da feita
pela Secretaria Estadual da
Saúde, que sugeriu que as funcionárias de escolas e hospitais
gestantes -mais vulneráveis à
gripe A ou suína (H1N1)- sejam transferidas para setores
de menor contato com o público, para diminuir a possibilidade de contrair a doença.
Para as empresas privadas, a
secretaria apenas recomendou
a medida. Para a rede pública, é
uma regra.
O pedido de afastamento das
gestantes havia sido feito pelo
sindicato dos professores da rede particular. No entanto, segundo o sindicato das escolas, a
orientação da secretaria foi que
as gestantes continuem com
suas atividades normalmente.
"Se não tem nenhum caso na
sala de aula, ela [a gestante] pode continuar, não tem necessidade de ir para o setor administrativo", afirma o vice-presidente do sindicato, José Augusto de Mattos Lourenço.
A secretaria, entretanto, diz
que a orientação dada na reunião foi transferir as grávidas
para locais em que há menor
contato com os alunos, já que o
vírus pode ser transmitido pelas crianças antes de elas manifestarem os sintomas.
Rio e Minas
O governo estadual e a Prefeitura do Rio decidiram liberar
as funcionárias grávidas do serviço público até o dia 28.
A determinação em relação
às grávidas não é obrigatória
para empresas ou outros órgãos públicos não ligados ao
Poder Executivo, mas o governo estadual recomendou que as
grávidas fossem, ao menos,
afastadas do contato direto
com o público.
O Rio é o primeiro Estado a
editar decreto liberando as grávidas do serviço público. Das 35
pessoas mortas no Estado em
razão da gripe suína, nove estavam grávidas.
Com três casos confirmados
de morte em decorrência da
gripe A (H1N1), Minas Gerais
recomendou ontem a funerárias e a familiares de novas vítimas que os velórios sejam feitos com caixão fechado.
A recomendação da Secretaria de Estado da Saúde foi oficializada após acordo com o
sindicato das empresas funerárias. Foram produzidos 2.000
cartazes, que serão afixados em
funerárias e em velórios municipais em todo o Estado.
Outra medida recomendada
como prevenção é que o familiar que estiver presente na preparação do corpo para o velório
use avental, luvas de borracha,
máscara cirúrgica, óculos especiais e gorro.
Segundo a coordenadora da
Comissão de Controle de Infecções da Secretaria da Saúde,
Nádia Dutra, em alguns casos, o
corpo é capaz de liberar secreções que podem transmitir o vírus até 48 horas após a morte.
"A gente vai pressionar as famílias para que o velório seja
feito com caixão fechado. Mas
até agora a gente não tem amparo judicial nenhum. Vai ficar
uma situação complicada. Mas
a palavra final é da família", diz
Fernando Rios, vice-presidente do sindicato das funerárias.
Colaboraram a Agência Folha, em Belo Horizonte, e a Sucursal do Rio
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