São Paulo, quinta-feira, 13 de agosto de 2009

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Escolas particulares não afastam grávidas

Recomendação de sindicato de SP é que gestantes, mais vulneráveis à gripe suína, trabalhem inclusive nas salas de aula

Secretaria Estadual da Saúde, no entanto, orienta transferência para setores em que o contato com o público seja menor

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O sindicato das escolas particulares do Estado de São Paulo recomendou ontem aos colégios que as grávidas trabalhem normalmente, inclusive dentro das salas de aula.
A orientação difere da feita pela Secretaria Estadual da Saúde, que sugeriu que as funcionárias de escolas e hospitais gestantes -mais vulneráveis à gripe A ou suína (H1N1)- sejam transferidas para setores de menor contato com o público, para diminuir a possibilidade de contrair a doença.
Para as empresas privadas, a secretaria apenas recomendou a medida. Para a rede pública, é uma regra.
O pedido de afastamento das gestantes havia sido feito pelo sindicato dos professores da rede particular. No entanto, segundo o sindicato das escolas, a orientação da secretaria foi que as gestantes continuem com suas atividades normalmente.
"Se não tem nenhum caso na sala de aula, ela [a gestante] pode continuar, não tem necessidade de ir para o setor administrativo", afirma o vice-presidente do sindicato, José Augusto de Mattos Lourenço.
A secretaria, entretanto, diz que a orientação dada na reunião foi transferir as grávidas para locais em que há menor contato com os alunos, já que o vírus pode ser transmitido pelas crianças antes de elas manifestarem os sintomas.

Rio e Minas
O governo estadual e a Prefeitura do Rio decidiram liberar as funcionárias grávidas do serviço público até o dia 28.
A determinação em relação às grávidas não é obrigatória para empresas ou outros órgãos públicos não ligados ao Poder Executivo, mas o governo estadual recomendou que as grávidas fossem, ao menos, afastadas do contato direto com o público.
O Rio é o primeiro Estado a editar decreto liberando as grávidas do serviço público. Das 35 pessoas mortas no Estado em razão da gripe suína, nove estavam grávidas.
Com três casos confirmados de morte em decorrência da gripe A (H1N1), Minas Gerais recomendou ontem a funerárias e a familiares de novas vítimas que os velórios sejam feitos com caixão fechado.
A recomendação da Secretaria de Estado da Saúde foi oficializada após acordo com o sindicato das empresas funerárias. Foram produzidos 2.000 cartazes, que serão afixados em funerárias e em velórios municipais em todo o Estado.
Outra medida recomendada como prevenção é que o familiar que estiver presente na preparação do corpo para o velório use avental, luvas de borracha, máscara cirúrgica, óculos especiais e gorro.
Segundo a coordenadora da Comissão de Controle de Infecções da Secretaria da Saúde, Nádia Dutra, em alguns casos, o corpo é capaz de liberar secreções que podem transmitir o vírus até 48 horas após a morte.
"A gente vai pressionar as famílias para que o velório seja feito com caixão fechado. Mas até agora a gente não tem amparo judicial nenhum. Vai ficar uma situação complicada. Mas a palavra final é da família", diz Fernando Rios, vice-presidente do sindicato das funerárias.


Colaboraram a Agência Folha, em Belo Horizonte, e a Sucursal do Rio


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