DE SÃO PAULO

A resistência de uma parte dos moradores em sair do bairro onde viveram a vida toda trouxe estragos irreversíveis a seu cotidiano.
Pedro Carrasco, 56, que mora no local há seis anos, viu sua casa se tornar uma ilha. Hoje, ela está coberta com uma tela, e o telhado ficou parcialmente destruído, pois o imóvel era geminado.
De acordo com vizinhos, Carrasco sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) após ficar cercado. Ele, no entanto, nega que seu problema de saúde tenha sido originado pela construtora.
Na rua Volta Redonda, 11 casas serão totalmente cercadas pela lateral e pelos fundos. Três dos moradores não quiseram vender pois o preço oferecido não permitia comprar um imóvel equivalente.
Hoje, moradores convivem com problemas. O edifício dos fundos lhes roubou o sol. As casas ficaram geladas e mofadas, e o pó de cimento que cai das obras entope encanamentos.
Procurada, a construtora Even, responsável pelas obras, informou que está "ciente dos impactos de uma obra em seu entorno", que adota inúmeros itens de segurança e que todas as obras contam com um seguro, que prevê cobertura para incidentes comprovadamente causados pela obra. (JC)