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IMIGRAÇÃO
Igreja celebra 50 anos e tenta reunir comunidade dispersa; imigrantes são 35 mil no país
Armênios fazem diáspora às avessas
da Reportagem Local
Em uma tentativa de unir uma
comunidade de imigrantes pequena e dispersa -e, no entanto, importante em São Paulo-, a Igreja
Católica Apostólica Armênia São
Jorge comemora hoje seus 50 anos
de existência com uma celebração
que pretende atrair pelo menos
400 armênios e descendentes.
"Vamos pregar a união do povo
armênio pela fé", diz Datev Karibian, arcebispo da igreja, situada
na Ponte Pequena (zona norte).
A religião é o principal elo -senão o único- entre esse povo no
Brasil. Os armênios foram os primeiros povos a adotar o cristianismo como religião oficial, em 303.
A história e a cultura de um povo
sofrido que veio ao Brasil fugindo
de um genocídio turco, recomeçou do zero, batalhou e enriqueceu está sendo esquecida pelos
seus netos e bisnetos.
Hoje, a comunidade -que tem
estação de metrô e viaduto com
seu nome- reúne 35 mil pessoas
no país (95% são descendentes). A
maioria (25 mil) está em São Paulo. "Infelizmente o povo está recuado, disperso. São poucos os
que falam a língua e mantêm os
costumes", diz o arcebispo.
Os armênios chegaram ao Brasil
entre 1920 e 1926, depois que os
turcos dominaram seu território e
mataram centenas de milhares de
pessoas em 1915. Muitos se tornaram grandes comerciantes depois
de trabalhar como mascates ou sapateiros.
Quando chegaram aqui, realizavam suas missas em casas ou galpões com altares improvisados.
Em 1935, construíram a primeira
igreja armênia, em Osasco.
"Por causa das centenas de anos
que o povo viveu sob domínio de
outras nações, os armênios vêem a
igreja como centro de união",
conta o arcebispo Karibian.
Ele diz que cerca de 150 pessoas
frequentam as missas dominicais,
que duram mais de duas horas e
são rezadas em armênio clássico, o
krapar. Hoje, no entanto, ele espera que a igreja, com capacidade
para 450 pessoas, esteja lotada.
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