São Paulo, domingo, 13 de setembro de 1998

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"Comia pouco e trabalhava muito"

da Reportagem Local

Com a herança de uma história trágica -perseguições religiosas, matanças e genocídio-, a ascensão financeira dos armênios no Brasil é atribuída, segundo os próprios, a um "milagre armênio."
"O povo sempre sobreviveu aos inúmeros sofrimentos. Devemos isso à nossa riqueza espiritual e cultural", diz o arcebispo da igreja, Datev Karibian.
A história do imigrante armênio Paren Bazarian, 85, é um exemplo de determinação e sucesso.
Bazarian chegou ao Brasil com o pai e irmãos em 1929, depois de passar fome na Síria e na França, fugindo do genocídio turco.
Foi para o interior de São Paulo e trabalhou como mascate, vendendo meias e toalhas de porta em porta. "Comia pouco, dormia pouco e trabalhava muito." Apesar da distância, sempre que podia, vinha à igreja na capital. "A religião é o que nos dá forças."
Juntou dinheiro e abriu um mercadinho. Daí para a frente, só cresceu. Mudou para São Paulo e abriu cinco lojas de calçados.
Em 1968, com dinheiro e propriedades suficientes para viver de rendas, Bazarian fechou todas as lojas. Atualmente, dedica-se a trabalhos beneficentes.
Fundou, em 84, junto com sua mulher, a escola de educação infantil e ensino fundamental Paren e Regina Bazarian, em São Paulo -hoje com 125 alunos-, uma das duas escolas que tem em seu currículo aulas da língua armênia na capital. A escola faz parte da Ugab (União Geral Armênia de Beneficência), entidade assistencial comandada por sua mulher, Regina Bazarian.



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