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"Comia pouco e trabalhava muito"
da Reportagem Local
Com a herança de uma história
trágica -perseguições religiosas,
matanças e genocídio-, a ascensão financeira dos armênios no
Brasil é atribuída, segundo os próprios, a um "milagre armênio."
"O povo sempre sobreviveu aos
inúmeros sofrimentos. Devemos
isso à nossa riqueza espiritual e
cultural", diz o arcebispo da igreja, Datev Karibian.
A história do imigrante armênio
Paren Bazarian, 85, é um exemplo
de determinação e sucesso.
Bazarian chegou ao Brasil com o
pai e irmãos em 1929, depois de
passar fome na Síria e na França,
fugindo do genocídio turco.
Foi para o interior de São Paulo e
trabalhou como mascate, vendendo meias e toalhas de porta em
porta. "Comia pouco, dormia
pouco e trabalhava muito." Apesar da distância, sempre que podia, vinha à igreja na capital. "A
religião é o que nos dá forças."
Juntou dinheiro e abriu um mercadinho. Daí para a frente, só cresceu. Mudou para São Paulo e abriu
cinco lojas de calçados.
Em 1968, com dinheiro e propriedades suficientes para viver de
rendas, Bazarian fechou todas as
lojas. Atualmente, dedica-se a trabalhos beneficentes.
Fundou, em 84, junto com sua
mulher, a escola de educação infantil e ensino fundamental Paren
e Regina Bazarian, em São Paulo
-hoje com 125 alunos-, uma
das duas escolas que tem em seu
currículo aulas da língua armênia
na capital. A escola faz parte da
Ugab (União Geral Armênia de
Beneficência), entidade assistencial comandada por sua mulher,
Regina Bazarian.
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