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Protesto fecha terminal Parque D. Pedro 2º por 4 h
SPTrans diz que processará o sindicato de motoristas e cobradores pelos danos
Passageiros desistem de esperar em meio ao congestionamento e continuam viagem a pé; 160 mil usam o terminal por dia
GIOVANNA BALOGH
DO "AGORA"
Motoristas e cobradores de
diversas empresas de ônibus
fecharam ontem por quase
quatro horas o terminal de ônibus Parque Dom Pedro 2º (região central), um dos mais movimentados da capital, que
atende 70 linhas e mais de 160
mil passageiros por dia. O protesto complicou ainda mais o
trânsito na região e deixou os
passageiros a pé.
A SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal)
disse que vai processar o sindicato pelos danos causados. A
SPUrbanuss (sindicato patronal) não se pronunciou sobre o
assunto. A SPTrans informou,
por meio de uma nota, que foi
organizado um sistema emergencial para diminuir os prejuízos. A manifestação, que começou às 10h30 e terminou somente às 14h15, foi organizada
pelo sindicato da categoria.
O presidente do sindicato,
Isao Hosogi, conhecido como
Jorginho, disse que os manifestantes reivindicam melhorias
na infra-estrutura do terminal,
como banheiros e refeitórios
adequados para os trabalhadores. Segundo a SPTrans, o terminal possui infra-estrutura
adequada, o que "não justifica o
protesto".
Outra queixa foi sobre
SPTrans ter aumentando a
aplicação de multas dentro dos
terminais. "O terminal não tem
condições de atender a tantos
ônibus e, muitas vezes, os motoristas são obrigados a parar
em fila dupla e acabam multados", reclamou o sindicalista.
A SPTrans confirmou que intensificou a fiscalização.
De acordo com o sindicato,
após uma reunião com técnicos
da SPTrans, a categoria decidiu
suspender o protesto. Hosogi
disse que temporariamente serão oferecidos os banheiros da
administração para o uso dos
trabalhadores.
Tudo parado
O fechamento do terminal
formou uma longa fila de ônibus, que, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), chegou até o largo da Concórdia, no Brás (centro).
Por volta das 14h30, o motorista Francisco da Silva, 36, e o
cobrador Jonas Ferreira, 53,
aguardavam a liberação para
entrar no terminal.
"Chegamos aqui às 11h30 e
estamos parados desde então",
disse Ferreira. Assim como a
maioria dos ônibus no local, o
veículo em que estavam entrou
vazio no Parque Dom Pedro 2º
-muitos passageiros decidiram seguir a pé.
Com pressa e sem saber o
motivo do congestionamento, a
dona-de-casa Daniele Nunes,
28, decidiu desembarcar do
ônibus e seguir a pé pelo viaduto Diário Popular. "Não dá para
esperar", disse Daniele.
A cabeleireira Eliete Martins, 40, tinha consulta médica
marcada no centro, mas não
conseguiu chegar a tempo. Desde as 10h30 ela aguardava um
ônibus para voltar para casa.
"Já são 14h30, e nada. Isso é
uma falta de respeito com o povo", reclamou.
O porteiro Edilson dos Santos, 49, também tentava voltar
para casa. "Até chegar o meu
[ônibus] já estará na hora de
voltar de novo para o trabalho."
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