São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

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Protesto fecha terminal Parque D. Pedro 2º por 4 h

SPTrans diz que processará o sindicato de motoristas e cobradores pelos danos

Passageiros desistem de esperar em meio ao congestionamento e continuam viagem a pé; 160 mil usam o terminal por dia

GIOVANNA BALOGH
DO "AGORA"

Motoristas e cobradores de diversas empresas de ônibus fecharam ontem por quase quatro horas o terminal de ônibus Parque Dom Pedro 2º (região central), um dos mais movimentados da capital, que atende 70 linhas e mais de 160 mil passageiros por dia. O protesto complicou ainda mais o trânsito na região e deixou os passageiros a pé.
A SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal) disse que vai processar o sindicato pelos danos causados. A SPUrbanuss (sindicato patronal) não se pronunciou sobre o assunto. A SPTrans informou, por meio de uma nota, que foi organizado um sistema emergencial para diminuir os prejuízos. A manifestação, que começou às 10h30 e terminou somente às 14h15, foi organizada pelo sindicato da categoria.
O presidente do sindicato, Isao Hosogi, conhecido como Jorginho, disse que os manifestantes reivindicam melhorias na infra-estrutura do terminal, como banheiros e refeitórios adequados para os trabalhadores. Segundo a SPTrans, o terminal possui infra-estrutura adequada, o que "não justifica o protesto".
Outra queixa foi sobre SPTrans ter aumentando a aplicação de multas dentro dos terminais. "O terminal não tem condições de atender a tantos ônibus e, muitas vezes, os motoristas são obrigados a parar em fila dupla e acabam multados", reclamou o sindicalista.
A SPTrans confirmou que intensificou a fiscalização.
De acordo com o sindicato, após uma reunião com técnicos da SPTrans, a categoria decidiu suspender o protesto. Hosogi disse que temporariamente serão oferecidos os banheiros da administração para o uso dos trabalhadores.

Tudo parado
O fechamento do terminal formou uma longa fila de ônibus, que, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), chegou até o largo da Concórdia, no Brás (centro).
Por volta das 14h30, o motorista Francisco da Silva, 36, e o cobrador Jonas Ferreira, 53, aguardavam a liberação para entrar no terminal.
"Chegamos aqui às 11h30 e estamos parados desde então", disse Ferreira. Assim como a maioria dos ônibus no local, o veículo em que estavam entrou vazio no Parque Dom Pedro 2º -muitos passageiros decidiram seguir a pé.
Com pressa e sem saber o motivo do congestionamento, a dona-de-casa Daniele Nunes, 28, decidiu desembarcar do ônibus e seguir a pé pelo viaduto Diário Popular. "Não dá para esperar", disse Daniele.
A cabeleireira Eliete Martins, 40, tinha consulta médica marcada no centro, mas não conseguiu chegar a tempo. Desde as 10h30 ela aguardava um ônibus para voltar para casa. "Já são 14h30, e nada. Isso é uma falta de respeito com o povo", reclamou.
O porteiro Edilson dos Santos, 49, também tentava voltar para casa. "Até chegar o meu [ônibus] já estará na hora de voltar de novo para o trabalho."


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