São Paulo, sexta-feira, 13 de novembro de 2009

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Cardápio mostra prato com carne de cachorro

Menu de restaurante coreano no Bom Retiro tinha também uma imagem de cão

Consumo é comum na Coreia do Sul e em parte da China; no Brasil, lei impede comércio por questão cultural, diz ministério

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A imagem de um cachorro acompanhada da frase "Quem sabe do prato entende o que está escrito". É assim que o cardápio de um dos restaurantes coreanos do Bom Retiro investigados pela Polícia Civil se referia à iguaria.
De acordo com a polícia, os donos do restaurante disseram que a foto foi colocada no cardápio por engano no lugar da imagem de um cabrito.
Quatro coreanos donos de dois restaurantes foram presos sob a acusação de maus-tratos a animais, formação de quadrilha e crime contra o consumidor. Um deles, Tae Soon Choi, estava com o visto de permanência vencido.
Até o início da noite de ontem, Choi e os empresários Mak Neachoi, Ho Nan Park e Kun Ok Park Chung continuavam detidos no Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania, no centro.
Nos restaurantes deles foram apreendidas carnes que a polícia acredita ser de cachorro e foram levadas para análise da Vigilância Sanitária.
Policiais disfarçados que foram infiltrados nos restaurantes e encontraram também agendas onde havia o telefone do casal acusado de abater gatos e cachorros nos fundos de uma casa na periferia de Suzano. Os dois também foram presos ontem.
Os advogados dos quatro coreanos estavam na noite de ontem na delegacia, mas não falaram com a Folha até a conclusão desta edição.
Ao menos outros três restaurantes serão investigados.

Costume
O consumo de carne de cachorro é comum na Coreia do Sul e em algumas regiões da China. No Brasil, a legislação impede o comércio por uma questão cultural, segundo informou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Vistos como animais de companhia, não há produção legal de cães e gatos no país para o abate. Nem mesmo a importação do produto é permitida.
Desde julho do ano passado, o ministério analisa a revisão do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Essas regras tratam, dentre outros assuntos, do abate, do consumo e da comercialização de carnes no país.
No entanto, por conta de uma questão cultural, segundo o ministério, não há previsão para que seja autorizado o consumo de carnes de cães e gatos.
Em São Paulo, a lei estadual 11.977 prevê que animais domésticos não podem ser criados para o consumo.


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