|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cardápio mostra prato com carne de cachorro
Menu de restaurante coreano no Bom Retiro tinha também uma imagem de cão
Consumo é comum na Coreia do Sul e em parte da China; no Brasil, lei impede comércio por questão cultural, diz ministério
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A imagem de um cachorro
acompanhada da frase "Quem
sabe do prato entende o que está escrito". É assim que o cardápio de um dos restaurantes coreanos do Bom Retiro investigados pela Polícia Civil se referia à iguaria.
De acordo com a polícia, os
donos do restaurante disseram
que a foto foi colocada no cardápio por engano no lugar da
imagem de um cabrito.
Quatro coreanos donos de
dois restaurantes foram presos
sob a acusação de maus-tratos a
animais, formação de quadrilha e crime contra o consumidor. Um deles, Tae Soon Choi,
estava com o visto de permanência vencido.
Até o início da noite de ontem, Choi e os empresários
Mak Neachoi, Ho Nan Park e
Kun Ok Park Chung continuavam detidos no Departamento
de Polícia de Proteção à Cidadania, no centro.
Nos restaurantes deles foram
apreendidas carnes que a polícia acredita ser de cachorro e
foram levadas para análise da
Vigilância Sanitária.
Policiais disfarçados que foram infiltrados nos restaurantes e encontraram também
agendas onde havia o telefone
do casal acusado de abater gatos e cachorros nos fundos de
uma casa na periferia de Suzano. Os dois também foram presos ontem.
Os advogados dos quatro coreanos estavam na noite de ontem na delegacia, mas não falaram com a Folha até a conclusão desta edição.
Ao menos outros três restaurantes serão investigados.
Costume
O consumo de carne de cachorro é comum na Coreia do
Sul e em algumas regiões da
China. No Brasil, a legislação
impede o comércio por uma
questão cultural, segundo informou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Vistos como animais de companhia, não há produção legal
de cães e gatos no país para o
abate. Nem mesmo a importação do produto é permitida.
Desde julho do ano passado, o
ministério analisa a revisão do
Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos
de Origem Animal. Essas regras
tratam, dentre outros assuntos,
do abate, do consumo e da comercialização de carnes no país.
No entanto, por conta de uma
questão cultural, segundo o ministério, não há previsão para
que seja autorizado o consumo
de carnes de cães e gatos.
Em São Paulo, a lei estadual
11.977 prevê que animais domésticos não podem ser criados
para o consumo.
Texto Anterior: Polícia fecha matadouro de cães e gatos Próximo Texto: Prefeitura veta adoção de gato preto na sexta 13 Índice
|