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PT e PMDB dividem postos estratégicos no setor elétrico
Aliado tem o ministro e comando de estatais; petistas definem política do setor
Desde o início do governo Lula, os secretários-executivos do Ministério de Minas e Energia são diretamente ligados a Dilma Rousseff
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, saiu do Ministério de Minas e Energia
mas não deixou o comando do
setor elétrico. O poder na área é
dividido entre o PMDB, que ficou com as estatais, e o próprio
PT. Representado por técnicos
ligados diretamente à ministra,
o partido do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ocupa os
postos-chaves na definição da
política do setor, incluindo investimentos e a regulação.
Aos aliados peemedebistas,
Lula reservou o cargo de ministro de Minas e Energia. As principais estatais do setor -Eletrobrás e Furnas- também são
dirigidas por representantes
indicados, respectivamente,
pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e pela
bancada peemedebista da Câmara dos Deputados.
A nomeação de Luiz Paulo
Conde para a presidência de
Furnas, por exemplo, foi uma
das grandes batalhas perdidas
pela ministra Dilma Rousseff.
Contrária à indicação do ex-prefeito do Rio de Janeiro ao
cargo, a ministra trabalhou
contra, mas cedeu depois de intensa pressão política.
O controle das estatais garante ao PMDB acesso a orçamentos de mais de R$ 8,8 bilhões anuais só para investimentos. São essas empresas as
responsáveis pela realização
dos investimentos determinados pelo governo no setor.
A Eletrobrás, por exemplo,
será sócia do consórcio que
vencer a licitação prevista para
dezembro da hidrelétrica de
Belo Monte, a maior obra de geração de energia no país e um
dos símbolos do PAC de Lula.
Um dos sinais mais claros da
acomodação de poder no setor
elétrico é o próprio Ministério
de Minas e Energia. O PMDB
chegou lá com a nomeação de
Silas Rondeau, ligado a Sarney.
Rondeau substituiu Dilma. Hoje, o cargo está com o também
peemedebista Edison Lobão. O
ministro, no entanto, é obrigado a dividir o poder com o PT da
ministra da Casa Civil.
Desde o início do governo
Lula, o secretário-executivo do
ministério é diretamente ligado a Dilma. Foi assim com Nelson Hubner, que ficou durante
a gestão Rondeau e chegou a assumir a pasta interinamente.
Continua sendo assim com
Márcio Zimmermann, também
ligado à ministra. Os secretários-executivos são tradicionalmente encarregado de tocar
o dia-a-dia dos ministérios. São
as autoridades mais altas depois dos ministros.
Braços
O poder de influência da ministra Dilma Rousseff também
se estende à Aneel, a agência
responsável por todas as regras
para o funcionamento do setor
elétrico, e à EPE (Empresa de
Pesquisa Energética), que determina onde, quando e quais
investimentos devem ser feitos
no setor elétrico.
Nelson Hubner, presidente
da Aneel, foi secretário-executivo do ministério quando Dilma estava à frente da pasta. Já
Maurício Tomalsquin, da EPE,
foi indicado pela própria ministra e é tido como nome certo
num futuro ministério de um
eventual governo Dilma.
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