|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia investiga assaltos a passageiros de Cumbica
Suspeita é que ladrões podem ter ajuda de taxistas; ao menos 40 casos foram registrados
Passageiros são abordados
pelos assaltantes no
momento em que vão
retirar a bagagem do porta-malas, na frente de casa
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a chegada das festas de
fim de ano, a Polícia Civil de
São Paulo intensificará as investigações iniciadas há pelo
menos cinco meses contra uma
quadrilha especializada em
roubar passageiros que, depois
de desembarcar no Aeroporto
Internacional de Guarulhos, na
Grande São Paulo, usam táxis
que fazem ponto no local para
chegar à capital e acabam assaltados na porta de suas casas ou
prédios, assim que começam a
descarregar as malas trazidas
da viagem.
Investigadores do Deic (Departamento de Investigações
Sobre o Crime Organizado) e
de delegacias que atendem
bairros das zonas sul e oeste de
São Paulo como Vila Clementino, Vila Mariana, Jardins,
Itaim Bibi, Moema, Ibirapuera,
Vila Nova Conceição, Brooklin
e Jabaquara tentam prender os
ladrões e investigam uma possível conivência de taxistas nos
roubos aos passageiros.
Na noite de 8 de novembro,
policiais do Deic disfarçados de
taxistas e passageiros que haviam partido de Cumbica tentaram prender dois suspeitos
de integrar a quadrilha, mas
eles resistiram à prisão e acabaram baleados quando estavam
na região do Ibirapuera. Cerca
de 300 taxistas que trabalham
no aeroporto fizeram uma passeata de apoio ao Deic e para
agradecer o trabalho contra os
supostos ladrões.
Os bairros em torno da estação Santa Cruz do metrô atendidos pelo 16º Distrito Policial
(Vila Clementino) registraram,
entre julho deste ano e outubro, ao menos quatro roubos
com as mesmas características
contra passageiros que desembarcaram no aeroporto de Guarulhos, pegaram táxis e, ao chegar na porta de suas casas ou
prédios, foram surpreendidos
por ladrões armados.
Pelo que se descobriu até
agora, em alguns dos roubos,
quando os táxis da Guarucoop
(todos caracterizados com informações de que prestam serviço no aeroporto de Cumbica)
cruzam a Tiradentes, 23 de
Maio ou Nove de Julho, eles
passam a ser perseguidos por
motoqueiros e, quando o veículo estaciona na casa dos passageiros, um ladrão armado os
ataca. Em alguns casos, os ataques ocorreram em semáforos
ou congestionamentos.
Depois de roubar malas, dinheiro e eletroeletrônicos, o
criminoso corre até uma motocicleta (a mesma usada para seguir o táxi com as vítimas),
mesmo carregando malas pesadas, percorre um pequeno trecho e, em seguida, ele entra
num carro e some.
Segundo a Guarucoop, os casos diminuíram, mas em algumas noites foram registrados
de três a quatro assaltos contra
passageiros de táxis que partiam de Cumbica para a capital.
A Folha localizou 40 casos desse tipo nos últimos meses.
Para a polícia as principais
rotas usadas pelos ladrões para
atacar os passageiros são as
avenidas Tiradentes, 23 de
Maio e Nove de Julho.
Texto Anterior: Sem-teto passam mais sede do que fome no centro Próximo Texto: Assalto a passageiro de Cumbica foi filmado Índice
|