São Paulo, domingo, 13 de dezembro de 2009

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Polícia investiga assaltos a passageiros de Cumbica

Suspeita é que ladrões podem ter ajuda de taxistas; ao menos 40 casos foram registrados

Passageiros são abordados pelos assaltantes no momento em que vão retirar a bagagem do porta-malas, na frente de casa

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a chegada das festas de fim de ano, a Polícia Civil de São Paulo intensificará as investigações iniciadas há pelo menos cinco meses contra uma quadrilha especializada em roubar passageiros que, depois de desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, usam táxis que fazem ponto no local para chegar à capital e acabam assaltados na porta de suas casas ou prédios, assim que começam a descarregar as malas trazidas da viagem.
Investigadores do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) e de delegacias que atendem bairros das zonas sul e oeste de São Paulo como Vila Clementino, Vila Mariana, Jardins, Itaim Bibi, Moema, Ibirapuera, Vila Nova Conceição, Brooklin e Jabaquara tentam prender os ladrões e investigam uma possível conivência de taxistas nos roubos aos passageiros.
Na noite de 8 de novembro, policiais do Deic disfarçados de taxistas e passageiros que haviam partido de Cumbica tentaram prender dois suspeitos de integrar a quadrilha, mas eles resistiram à prisão e acabaram baleados quando estavam na região do Ibirapuera. Cerca de 300 taxistas que trabalham no aeroporto fizeram uma passeata de apoio ao Deic e para agradecer o trabalho contra os supostos ladrões.
Os bairros em torno da estação Santa Cruz do metrô atendidos pelo 16º Distrito Policial (Vila Clementino) registraram, entre julho deste ano e outubro, ao menos quatro roubos com as mesmas características contra passageiros que desembarcaram no aeroporto de Guarulhos, pegaram táxis e, ao chegar na porta de suas casas ou prédios, foram surpreendidos por ladrões armados.
Pelo que se descobriu até agora, em alguns dos roubos, quando os táxis da Guarucoop (todos caracterizados com informações de que prestam serviço no aeroporto de Cumbica) cruzam a Tiradentes, 23 de Maio ou Nove de Julho, eles passam a ser perseguidos por motoqueiros e, quando o veículo estaciona na casa dos passageiros, um ladrão armado os ataca. Em alguns casos, os ataques ocorreram em semáforos ou congestionamentos.
Depois de roubar malas, dinheiro e eletroeletrônicos, o criminoso corre até uma motocicleta (a mesma usada para seguir o táxi com as vítimas), mesmo carregando malas pesadas, percorre um pequeno trecho e, em seguida, ele entra num carro e some.
Segundo a Guarucoop, os casos diminuíram, mas em algumas noites foram registrados de três a quatro assaltos contra passageiros de táxis que partiam de Cumbica para a capital. A Folha localizou 40 casos desse tipo nos últimos meses.
Para a polícia as principais rotas usadas pelos ladrões para atacar os passageiros são as avenidas Tiradentes, 23 de Maio e Nove de Julho.


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