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Microtráfico abastece área, diz polícia
DA REPORTAGEM LOCAL
O tráfico de crack na cracolândia é hoje feito em sua
maior parte por usuários que
atuam como "microtraficantes", segundo a polícia. Três
pedras do entorpecente podem ser compradas por menos de R$ 10. De janeiro de
2007 até o mês passado, a polícia prendeu 270 suspeitos
de tráfico na região.
A polícia entrevistou mais
de cem moradores de rua da
cracolândia nos últimos meses e conseguiu traçar um
perfil. Cerca de 60% deles se
disseram dependentes de
drogas e álcool.
A maior parte desse crack
é trazida de outros bairros da
cidade e oferecida aos usuários nas ruas situadas nos limites da cracolândia.
O entorpecente chega escondido em bicicletas, táxis e
até carroças de transporte de
material reciclável.
No ano passado, foram
apreendidos com esses traficantes cerca de 140 quilos de
maconha e sete quilos de
crack, cocaína e haxixe, segundo a polícia.
Lixo
A polícia descobriu também que, logo que as lojas
baixam as portas, os moradores de rua rasgam os sacos de
lixo deixados para a coleta.
Dessa forma, o lixo não é recolhido pela prefeitura e eles
têm oportunidade para separar material reciclável para
vender em ferros-velhos do
centro da cidade. Depois,
usam o dinheiro ganho para
a compra de pedras de crack.
Por causa disso, uma das
medidas estudadas pela prefeitura e pela polícia é antecipar a coleta de lixo para horários em que as lojas ainda estejam abertas. Outro recurso
que deve ser implementado é
o reforço de iluminação nos
pontos onde o consumo de
drogas é habitual.
Como a lei não permite a
prisão de pessoas flagradas
usando drogas, os suspeitos
são levados para delegacias e
assinam um termo circunstanciado, comprometendo-se a se apresentar à Justiça.
Depois disso são liberados.
No ano passado, foram registrados 140 casos desse tipo.
Segundo a polícia, a presença desses usuários de
drogas não afeta os índices
de criminalidade da região.
A 1ª Delegacia Seccional,
responsável por toda a área
central da cidade registrou
queda nos índices de furtos (-16%), homicídios (-14%) e
roubos (-32%), segundo dados da própria polícia. Os casos de tráfico foram 483 no
ano passado, 24% a menos
do que em 2006.
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