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Para jornalistas suíços, país foi injustiçado
DO ENVIADO A ZURIQUE
A polícia de Zurique preparou um verdadeiro show de mídia para defender-se das acusações de descaso e apresentar as
descobertas iniciais de sua investigação sobre a suposta
agressão à brasileira Paula Oliveira. Depois de inicialmente
ter dado pouco destaque ao incidente, a imprensa local despertou para o assunto diante da
repercussão no Brasil -e compareceu em peso, enviando
mais de 20 repórteres para a
concorrida entrevista coletiva
realizada ontem.
Ao fim da entrevista, o interesse dos jornalistas suíços em
torno dos colegas brasileiros
era quase tão grande quanto
em relação aos especialistas. A
principal curiosidade, sobretudo depois que os exames apresentados desmentiram a versão de Paula, foi saber porque o
caso havia ganhado tamanha
dimensão no Brasil.
"Parece que os brasileiros tomaram conclusões muito rápido", disse Karin Baltisberger,
repórter do tabloide Blick, que
ontem colocou o caso Paula na
sua primeira página.
As próprias autoridades suíças admitiram que tiveram que
contra-atacar depois que o caso
ganhou repercussão no Brasil.
"A polícia de Zurique preferiu
não divulgar o caso imediatamente", disse o porta-voz da
polícia municipal de Zurique,
Mario Cortesi. "Mas, como
houve grande divulgação, resolvemos fazer uma ofensiva de
mídia", afirmou.
Entre os jornalistas suíços, a
sensação é a de que o país foi injustiçado. Mesmo sabendo que
a investigação ainda não foi
concluída e que o resultado final pode comprovar a versão da
advogada pernambucana, a
maioria achava que a Suíça foi
vítima de preconceito.
Presente à entrevista, a secretária de Justiça de Zurique,
Esther Maurer, do Partido Social Democrata, fez questão de
enfatizar que o país faz tudo para promover a integração dos
imigrantes à sociedade suíça.
"Consideramos muito valiosa a
contribuição não só dos brasileiros mas de todos os estrangeiros para o nosso país."
(MN)
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