São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2009

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Para jornalistas suíços, país foi injustiçado

DO ENVIADO A ZURIQUE

A polícia de Zurique preparou um verdadeiro show de mídia para defender-se das acusações de descaso e apresentar as descobertas iniciais de sua investigação sobre a suposta agressão à brasileira Paula Oliveira. Depois de inicialmente ter dado pouco destaque ao incidente, a imprensa local despertou para o assunto diante da repercussão no Brasil -e compareceu em peso, enviando mais de 20 repórteres para a concorrida entrevista coletiva realizada ontem.
Ao fim da entrevista, o interesse dos jornalistas suíços em torno dos colegas brasileiros era quase tão grande quanto em relação aos especialistas. A principal curiosidade, sobretudo depois que os exames apresentados desmentiram a versão de Paula, foi saber porque o caso havia ganhado tamanha dimensão no Brasil.
"Parece que os brasileiros tomaram conclusões muito rápido", disse Karin Baltisberger, repórter do tabloide Blick, que ontem colocou o caso Paula na sua primeira página.
As próprias autoridades suíças admitiram que tiveram que contra-atacar depois que o caso ganhou repercussão no Brasil. "A polícia de Zurique preferiu não divulgar o caso imediatamente", disse o porta-voz da polícia municipal de Zurique, Mario Cortesi. "Mas, como houve grande divulgação, resolvemos fazer uma ofensiva de mídia", afirmou.
Entre os jornalistas suíços, a sensação é a de que o país foi injustiçado. Mesmo sabendo que a investigação ainda não foi concluída e que o resultado final pode comprovar a versão da advogada pernambucana, a maioria achava que a Suíça foi vítima de preconceito.
Presente à entrevista, a secretária de Justiça de Zurique, Esther Maurer, do Partido Social Democrata, fez questão de enfatizar que o país faz tudo para promover a integração dos imigrantes à sociedade suíça. "Consideramos muito valiosa a contribuição não só dos brasileiros mas de todos os estrangeiros para o nosso país." (MN)


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