DA SUCURSAL DO RIO

Sentada no quintal de sua casa, em Bento Ribeiro, subúrbio do Rio, Gisele Cabral, 21, cola os cristais da fantasia que usará hoje no desfile da Beija-Flor.
Dona Tereza, a avó de 69 anos com quem Gisele mora, conta orgulhosa: "O mais bonitinho é que ela aprendeu a fazer fantasia sozinha."
Baiana do Império Serrano por dez anos, ela dava colo à neta quando "doía a barriguinha de tanto sambar". A moça, com 106 cm de quadril, sorri: "Minha família é do Carnaval".
Só de samba, no entanto, é impossível viver. Gisele faz unhas -R$ 12 pé e mão-, mas quando o desfile se aproxima a agenda da manicure perde para a da passista. Quando não é Carnaval, se divide entre uma coisa e outra. "De dia eu faço unha, de noite faço show".
Ela ganha R$ 200 de cachê por apresentação. "É casamento, festa, boate, navio. Fiz até o cruzeiro do Roberto Carlos!"
Para manter o corpo, frequenta a academia do bairro e toma muita água. Só sofre por achar o busto pequeno. "É 87 cm." Faz biquinho de triste: "Falta dinheiro para silicone".


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