São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

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HC restringirá atendimentos em julho

DA REPORTAGEM LOCAL

Há um debate em curso nos gabinetes sem que a parte mais afetada, a população, esteja sendo ouvida. Trata-se do atendimento nos grandes hospitais terciários, especialmente o Hospital das Clínicas de São Paulo.
O HC, o maior hospital da América Latina, agora quer retomar sua vocação de hospital universitário, limitando-se a atender aos casos graves -e pesquisando.
A idéia do superintendente do HC, José Manoel de Camargo Teixeira, é que só dêem entrada os casos de emergência e os recomendados por outro médico ou hospital que reconheça não ter condições de atender tamanha gravidade. O objetivo é que isso aconteça a partir de julho.
Há pelo menos duas décadas essa discussão se prolonga. Na terça-feira, os principais personagens dessa história foram convidados pela liderança do PT na Assembléia Legislativa para um debate. Não passavam de 30, entre deputados, gestores e militantes.
O debate, porém, mostrou a dificuldade de "fechar" as portas do HC -que está nas mãos do Estado- sem tornar eficientes e equipados os postos de saúde, que estão nas mãos da prefeitura.
O problema é um só, mas os gestores parecem falar línguas diferentes. Gonzalo Vecina Neto, secretário municipal da Saúde -e que já dirigiu o Instituto Central do HC-, lembrou que há hipertensos que poderiam retirar remédios em sua região, mas atravessam a cidade por acharem que no HC é mais garantido.
Vecina diz que o PAS criou um modelo de demanda -todos que chegavam eram atendidos e as cooperativas recebiam por isso. O SUS, ao contrário, criou um modelo de oferta. Só se atende o que é possível atender. "Precisamos de profissionais treinados para saber, nos postos de saúde, o que as pessoas querem e precisam."
Cerca de 80% dos que entram pelo pronto-socorro poderiam ser atendidos em postos. No HC, 20% das 600 mil internações anuais são de pacientes de outras cidades ou outros Estados.



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