|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Obra nunca vai perder sua importância, diz secretário
Mauro Arce aposta na redução
de caminhões na marginal
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Estado dos
Transportes, Mauro Arce, diz
que a redução do número de caminhões no eixo marginal Pinheiros-avenida dos Bandeirantes, trajeto que leva ao porto
de Santos, "vai chamar a atenção de todo mundo".
Com menos caminhões, também deve ocorrer uma melhora
na velocidade do trânsito nas
vias radiais, mas isso num primeiro momento. Depois, a tendência é que carros passem a
ocupar o lugar deixado pelos
veículos de carga.
"O ponto é saber quanto tempo essa obra vai fazer efeito.
Mas a obra, em si, nunca vai
perder sua importância. Hoje,
um caminhão leva até quatro
horas do início da marginal até
a chegada à Imigrantes", diz.
O trecho sul deve ser inaugurado no dia 27, ainda sem a cobrança de pedágio, caso não haja fortes chuvas nas próximas
duas semanas. Hoje, os operários da obra vêm trabalhando
em três turnos.
O secretário lembra, no entanto, que a concepção original
do Rodoanel jamais teve a pretensão de solucionar os problemas no trânsito de São Paulo.
Na capital, a velocidade média do trânsito caiu, no pico da
tarde (17h às 20h), de 18 km/h
em 2008 para 15 km/h no ano
passado, segundo o "Relatório
de Atividades Operacionais" da
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), concluído em
fevereiro deste ano.
O secretário afirma que há no
Brasil uma enorme dificuldade
de convencer as pessoas a trocar o carro pelo transporte coletivo, mesmo o de boa qualidade, como o metrô paulistano.
Excesso de chuvas e falta de segurança no entorno dos terminais também induzem as pessoas a optar pelo carro.
"É difícil que uma pessoa que
está em seu carro com ar-condicionado, ouvindo música enquanto dirige, passe para o
transporte coletivo. Temos, cada vez mais, de buscar um
transporte coletivo que valha a
pena", avalia Arce.
A última pesquisa OD (Origem-Destino) do Metrô, de
2007, que foi usada pelo estudo
da Artesp, indicava que metade
das viagens da Grande SP era
feita por transporte coletivo.
Porém, com a explosão da venda de carros, esses números podem mudar na nova pesquisa.
Hoje, a prefeitura e o governo
do Estado apostam em projetos
de metrô leve, na própria expansão do metrô convencional
-que deve ter mais duas estações inauguradas nas próximas
semanas- e na reforma de corredores de ônibus.
A Folha procurou a assessoria do secretário municipal dos
Transportes, Alexandre de Moraes, e enviou uma série de perguntas sobre as projeções da
Artesp para a piora do trânsito
em São Paulo, mas não obteve
resposta até anteontem.
Texto Anterior: Rodoanel não vai aplacar tráfego lento, aponta estudo Próximo Texto: Amontoados, presos fazem "camadas" no ES Índice
|