São Paulo, domingo, 14 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Obra nunca vai perder sua importância, diz secretário

Mauro Arce aposta na redução de caminhões na marginal

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Estado dos Transportes, Mauro Arce, diz que a redução do número de caminhões no eixo marginal Pinheiros-avenida dos Bandeirantes, trajeto que leva ao porto de Santos, "vai chamar a atenção de todo mundo".
Com menos caminhões, também deve ocorrer uma melhora na velocidade do trânsito nas vias radiais, mas isso num primeiro momento. Depois, a tendência é que carros passem a ocupar o lugar deixado pelos veículos de carga.
"O ponto é saber quanto tempo essa obra vai fazer efeito. Mas a obra, em si, nunca vai perder sua importância. Hoje, um caminhão leva até quatro horas do início da marginal até a chegada à Imigrantes", diz.
O trecho sul deve ser inaugurado no dia 27, ainda sem a cobrança de pedágio, caso não haja fortes chuvas nas próximas duas semanas. Hoje, os operários da obra vêm trabalhando em três turnos.
O secretário lembra, no entanto, que a concepção original do Rodoanel jamais teve a pretensão de solucionar os problemas no trânsito de São Paulo.
Na capital, a velocidade média do trânsito caiu, no pico da tarde (17h às 20h), de 18 km/h em 2008 para 15 km/h no ano passado, segundo o "Relatório de Atividades Operacionais" da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), concluído em fevereiro deste ano.
O secretário afirma que há no Brasil uma enorme dificuldade de convencer as pessoas a trocar o carro pelo transporte coletivo, mesmo o de boa qualidade, como o metrô paulistano. Excesso de chuvas e falta de segurança no entorno dos terminais também induzem as pessoas a optar pelo carro.
"É difícil que uma pessoa que está em seu carro com ar-condicionado, ouvindo música enquanto dirige, passe para o transporte coletivo. Temos, cada vez mais, de buscar um transporte coletivo que valha a pena", avalia Arce.
A última pesquisa OD (Origem-Destino) do Metrô, de 2007, que foi usada pelo estudo da Artesp, indicava que metade das viagens da Grande SP era feita por transporte coletivo. Porém, com a explosão da venda de carros, esses números podem mudar na nova pesquisa.
Hoje, a prefeitura e o governo do Estado apostam em projetos de metrô leve, na própria expansão do metrô convencional -que deve ter mais duas estações inauguradas nas próximas semanas- e na reforma de corredores de ônibus.
A Folha procurou a assessoria do secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, e enviou uma série de perguntas sobre as projeções da Artesp para a piora do trânsito em São Paulo, mas não obteve resposta até anteontem.


Texto Anterior: Rodoanel não vai aplacar tráfego lento, aponta estudo
Próximo Texto: Amontoados, presos fazem "camadas" no ES
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.