São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CARTÃO VERMELHO

Juiz disse que detenção de ex-jogador é questão de ordem pública e que há clamor público para apurar o caso

Justiça nega liberdade provisória a Edinho

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A Justiça de Praia Grande, no litoral de São Paulo, negou os pedidos de relaxamento de flagrante e liberdade provisória requeridos pelo advogado Sidney Gonçalves, que defende o ex-goleiro Edson Cholbi Nascimento, o Edinho. O filho de Pelé foi preso na semana passada sob acusação de associação para o tráfico de drogas.
A defesa de Edinho havia pedido à Justiça que ele respondesse o caso em liberdade com a alegação de que o filho de Pelé é apenas usuário de drogas, que não teria envolvimento com o tráfico e que o flagrante não teria sido legal.
Na sexta-feira, a promotora Ana Maria Frigério Molinari emitiu parecer contrário aos pedidos alegando que o flagrante foi legal e que Edinho não poderia ser solto pois representa risco à ordem pública. Além disso, Molinari disse que "não é o caso de usuário e sim de envolvimento com o tráfico".
Na decisão, o juiz que está com o caso - ele pede sigilo do seu nome por questão de segurança- afirmou que, "por conveniência da instrução criminal, para garantia da ordem pública e asseguramento da aplicação da lei penal, impõe-se a manutenção da custódia cautelar".
Segundo ele, "presentes os requisitos da prisão preventiva, não se pode argumentar com primariedade, residência fixa e ocupação lícita". O juiz diz também que o flagrante foi legal, com base em "inúmeras diligências", além de o acusado, pela gravidade do crime, demonstrar periculosidade.
"(...) Edson, nas conversações mantidas com os demais acusados, utiliza saudações próprias da criminalidade, recebe informações acerca da demora de entregas de "mercadorias", argumenta que um dos ocupantes da quadrilha foi avisado quanto aos perigos de ser morto no "apontamento", discute sobre o pagamento de "brinquedos", fala sobre traição de outro criminoso e a apresentação deste às "torres", bem como esclarece como conseguiu expedição de passaporte de "Naldinho'", escreveu o juiz.
Ele também ressalta que há clamor público no país quanto "aos delitos apurados, o que, mais uma vez, recomenda a manutenção do acusado no cárcere, a fim de garantir a ordem pública".
Edinho foi preso no dia 6, em seu apartamento em Santos. Na operação, uma das maiores já realizadas pelo Denarc (Departamento de Investigação sobre Narcóticos), a polícia prendeu outras 51 pessoas. Entre os presos estava o empresário Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, considerado pela polícia um dos maiores traficantes da Baixada Santista.


Texto Anterior: Para polícia, não há motivo para pânico
Próximo Texto: Defesa entrará com liminar no TJ
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.