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CARTÃO VERMELHO
Juiz disse que detenção de ex-jogador é questão de ordem pública e que há clamor público para apurar o caso
Justiça nega liberdade provisória a Edinho
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
A Justiça de Praia Grande, no litoral de São Paulo, negou os pedidos de relaxamento de flagrante e
liberdade provisória requeridos
pelo advogado Sidney Gonçalves,
que defende o ex-goleiro Edson
Cholbi Nascimento, o Edinho. O
filho de Pelé foi preso na semana
passada sob acusação de associação para o tráfico de drogas.
A defesa de Edinho havia pedido à Justiça que ele respondesse o
caso em liberdade com a alegação
de que o filho de Pelé é apenas
usuário de drogas, que não teria
envolvimento com o tráfico e que
o flagrante não teria sido legal.
Na sexta-feira, a promotora Ana
Maria Frigério Molinari emitiu
parecer contrário aos pedidos alegando que o flagrante foi legal e
que Edinho não poderia ser solto
pois representa risco à ordem pública. Além disso, Molinari disse
que "não é o caso de usuário e sim
de envolvimento com o tráfico".
Na decisão, o juiz que está com
o caso - ele pede sigilo do seu
nome por questão de segurança- afirmou que, "por conveniência da instrução criminal, para garantia da ordem pública e asseguramento da aplicação da lei
penal, impõe-se a manutenção da
custódia cautelar".
Segundo ele, "presentes os requisitos da prisão preventiva, não
se pode argumentar com primariedade, residência fixa e ocupação lícita". O juiz diz também que
o flagrante foi legal, com base em
"inúmeras diligências", além de o
acusado, pela gravidade do crime,
demonstrar periculosidade.
"(...) Edson, nas conversações
mantidas com os demais acusados, utiliza saudações próprias da
criminalidade, recebe informações acerca da demora de entregas de "mercadorias", argumenta
que um dos ocupantes da quadrilha foi avisado quanto aos perigos
de ser morto no "apontamento",
discute sobre o pagamento de
"brinquedos", fala sobre traição de
outro criminoso e a apresentação
deste às "torres", bem como esclarece como conseguiu expedição
de passaporte de "Naldinho'", escreveu o juiz.
Ele também ressalta que há clamor público no país quanto "aos
delitos apurados, o que, mais uma
vez, recomenda a manutenção do
acusado no cárcere, a fim de garantir a ordem pública".
Edinho foi preso no dia 6, em
seu apartamento em Santos. Na
operação, uma das maiores já realizadas pelo Denarc (Departamento de Investigação sobre Narcóticos), a polícia prendeu outras
51 pessoas. Entre os presos estava
o empresário Ronaldo Duarte
Barsotti de Freitas, o Naldinho,
considerado pela polícia um dos
maiores traficantes da Baixada
Santista.
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