São Paulo, segunda, 14 de julho de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Maioria não estava estudando

da Reportagem Local

O fato de a maioria (61%) dos jovens infratores presos no país não frequentar um estabelecimento escolar na época da detenção mostra que as escolas não estão sabendo lidar com esse público, defende Consuelo Cordeiro, 43, que realizou a pesquisa quantitativa do livro para seu mestrado.
"Os professores não estão aceitando essas crianças. Existe uma espécie de cultura da pobreza, segundo a qual o aluno não aprende porque é pobre", diz ela.
"Estão desconsiderando a cultura desses meninos, que não é pior nem melhor, mas diferente. Aí o menino não consegue acompanhar. É um sistema de exclusão", afirma Consuelo, que hoje trabalha na formação de educadores da rede pública do Distrito Federal.
Para ela, o que joga meninos e meninas na rua -um ambiente que acaba levando às infrações- é a necessidade de trabalhar e, às vezes, a violência em casa.
Mas "muito antes dos meninos irem para a rua, eles já estão sendo excluídos na escola", diz, com base nos dados que mostram que praticamente todos os infratores já haviam frequentado uma escola (só 15% são analfabetos).
A coleta dos dados foi feita entre outubro de 95 e abril de 96, com questionários enviados a "todas as instituições estaduais responsáveis pelas unidades de internação". Não forneceram dados os Estados de Tocantins e Roraima.
O Estado de São Paulo tem metade dos jovens presos (2.090). (FR)


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.