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Maioria não estava estudando
da Reportagem Local
O fato de a maioria (61%) dos jovens infratores presos no país não
frequentar um estabelecimento escolar na época da detenção mostra
que as escolas não estão sabendo
lidar com esse público, defende
Consuelo Cordeiro, 43, que realizou a pesquisa quantitativa do livro para seu mestrado.
"Os professores não estão aceitando essas crianças. Existe uma
espécie de cultura da pobreza, segundo a qual o aluno não aprende
porque é pobre", diz ela.
"Estão desconsiderando a cultura desses meninos, que não é
pior nem melhor, mas diferente.
Aí o menino não consegue acompanhar. É um sistema de exclusão", afirma Consuelo, que hoje
trabalha na formação de educadores da rede pública do Distrito Federal.
Para ela, o que joga meninos e
meninas na rua -um ambiente
que acaba levando às infrações- é
a necessidade de trabalhar e, às vezes, a violência em casa.
Mas "muito antes dos meninos
irem para a rua, eles já estão sendo
excluídos na escola", diz, com base
nos dados que mostram que praticamente todos os infratores já haviam frequentado uma escola (só
15% são analfabetos).
A coleta dos dados foi feita entre
outubro de 95 e abril de 96, com
questionários enviados a "todas
as instituições estaduais responsáveis pelas unidades de internação". Não forneceram dados os
Estados de Tocantins e Roraima.
O Estado de São Paulo tem metade dos jovens presos (2.090).
(FR)
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