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São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2003

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RODOVIAS

Nas vias concedidas, esse tipo de veículo já é a segunda maior preocupação das empresas, atrás dos atropelamentos

Acidente com moto cresce mais que a média

DA REPORTAGEM LOCAL

O número de motos envolvidas em acidentes nas estradas concedidas do Estado de São Paulo tem crescido acima da média dos demais veículos.
A maior elevação no ano passado, entre as três principais malhas sob controle da iniciativa privada em São Paulo, se deu no sistema Anhanguera-Bandeirantes. O sistema Raposo Tavares-Castello Branco-José Ermírio de Moraes (a Castelinho), porém, ainda concentra a maior participação de motos na totalidade de veículos acidentados.
Estatísticas agrupadas pela Artesp (agência estadual que regula as concessões) apontam que, no ano passado, a quantidade de motos envolvidas em acidentes aumentou 71% no sistema Anhanguera-Bandeirantes (sob gerência da AutoBAn), 9,7% no sistema Raposo/Castello/ Castelinho (Viaoeste) e 1,9% no sistema Anchieta-Imigrantes (Ecovias).
A evolução total de veículos acidentados nas estradas sob controle dessas três concessionárias foi de 11%, 8% e -2% (ou seja, queda), respectivamente.
Nos primeiros cinco meses de 2003, a tendência de crescimento do número de motos acidentadas prossegue, mas em proporções diferentes entre as estradas da rede paulista: na malha da Ecovias, a alta é de 21%; na da AutoBAn, 10%; na da Viaoeste, houve crescimento de 2%.

Acima da média
A proporção de motos no total de veículos envolvidos em acidentes é maior no sistema Raposo/ Castello/Castelinho: 8,5%. No sistema Anhanguera-Bandeirantes, as motos representam 5,7% dos veículos acidentados; no sistema Anchieta-Imigrantes, 5%. Esses números superam a média de 2,6% de participação das motos no tráfego.
De acordo com Ricardo Carvalho Martins, diretor de operações da Artesp, a segurança dos motociclistas é hoje a segunda prioridade no programa de redução de acidentes nas rodovias concedidas do Estado.
"Era algo com que ninguém se preocupava muito até 2000, mas que virou prioridade, perdendo apenas para os atropelamentos", afirma ele.

Fatalidade
A fatalidade dos acidentes com as motos é uma das maiores preocupações. Uma pesquisa divulgada neste ano pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontou a gravidade das colisões envolvendo esses veículos nos trechos urbanos: de cada 100 acidentes com motos, há vítimas em 71. Para automóveis, essa proporção é de 7 para 100.
O presidente da Umab (União dos Motociclistas e Afins do Brasil), Aldemir Martins, reconhece os riscos para o motociclista.
"Quem costuma usar a moto é quem realmente precisa. Quem utiliza esse meio de transporte o faz porque ele é mais barato. Quem tem dinheiro dificilmente se arrisca, sabe do perigo que corre", afirma Aldemir Martins.
Para ele, porém, a situação dos motociclistas é pior nas áreas urbanas do que nas rodovias.
"Na estrada, há problema quando a via não está bem conservada. Qualquer desvio na pista já pode provocar um acidente grave, porque a velocidade é muito alta", afirma Aldemir Martins.
Ele diz que há mais perigo dentro da própria capital paulista porque as motos acabam circulando entre os carros e podem ser atingidas com maior facilidade do que nas estradas.
(ALENCAR IZIDORO)


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