|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cobrança pelo uso de rios pode ajudar
DA AGÊNCIA FOLHA
A cobrança pelo uso da água
poderia ser uma forma de financiamento das obras de infra-estrutura no sistema de abastecimento da Grande São Paulo, de
acordo com Francisco Lopes Vieira, superintendente de Outorga e
Cobrança da ANA (Agência Nacional de Água).
A medida também combateria
o desperdício. Segundo o coordenador de Ciências e Meio Ambiente da Unesco no Brasil, Celso
Schenkel, grande parte do desperdício de água tratada no país e em
São Paulo decorre de perdas nas
linhas de distribuição por conta
da qualidade da infra-estrutura.
Um projeto de lei que regulamenta essa cobrança no Estado de
São Paulo tramita na Assembléia
desde 1996, quando foi apresentado pelo então governador Mário
Covas. Em 1998, o projeto foi alterado e, desde maio de 2001, o texto figura na pauta do dia sem ser
incluído nas listas de votação.
O principal problema para sua
aprovação, segundo Vanderlei
Macris (PSDB), líder do governo
na Assembléia, é a falta de consenso sobre o percentual que poderia ir para o Tesouro estadual
sem estar atrelado a investimentos do comitê de cada bacia.
Nas cobranças federais, de acordo com a ANA, todo recurso vai
para o comitê gestor e nada vai
para o Tesouro Nacional. A agência faz, desde março, a cobrança
na bacia do Paraíba do Sul, que
passa por São Paulo, Rio e Minas.
Essa cobrança já pode ser realizada em rios considerados federais -que têm nascente e foz em
Estados diferentes ou que fazem a
divisa entre Estados.
Para o superintendente da
ANA, o governo paulista poderia
dispensar a discussão na Assembléia, pois já há um dispositivo de
1991 que permitiria a cobrança
nos rios estaduais.
Para Vieira, o principal motivador da lei não é só levantar fundos, mas também estimular o tratamento da água. Na cobrança da
ANA, quem devolve água tratada
paga o preço mínimo.
Quando era diretor da distribuidora de água do Ceará, Vieira foi o
responsável pela implantação da
cobrança no Estado, o único que
faz isso atualmente. Alguns países
também já instituíram a cobrança, como França, Alemanha, Índia, México e África do Sul.
(RN)
Texto Anterior: Abastecimento: SP tem menos água disponível do que o NE Próximo Texto: Bairro à beira de represa registra problemas Índice
|