SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O arquiteto Oscar Niemeyer, 96, aumentou de 3.800 para cerca de 5.000 a capacidade máxima da catedral de Niterói (RJ), projeto que considera o mais bonito de seus 70 anos de arquitetura e que havia sido vetado pelo arcebispo da cidade, d. Alano Maria Pena, 68.
A adaptação do projeto foi mostrada ontem ao arquiteto Edgard Guimarães Filho, 58, colaborador da Arquidiocese de Niterói.
Segundo participantes do encontro, a situação, que era de impasse, começa a ser apaziguada. Para d. Alano, a catedral de Niemeyer não comportava o número de fiéis que deverão freqüentá-la.
Guimarães Filho elogiou o projeto apresentado ontem. "Tive uma impressão muito boa", disse ele, que deverá conversar amanhã com d. Alano sobre o tema.
O arquiteto ficou de marcar um encontro de Niemeyer com o arcebispo. O pedido foi feito por Niemeyer. "Foi tudo bem [na reunião]. Não analisamos ainda o projeto, mas o encontro foi muito bom", afirmou Guimarães Filho.
O impasse quanto à nova catedral de Niterói se arrasta há dois meses. Niemeyer fez três projetos. O que considera definitivo prevê cúpula suspensa por três pilares, cada um com 45 m de altura.
O problema é que d. Alano achou a lotação insuficiente. Mesmo avesso a mudanças no projeto, Niemeyer passou domingo e segunda estudando os desenhos e plantas da catedral. Concluiu que poderia aumentar a capacidade sem mudar as linhas da igreja, que tem a forma de uma mitra papal. A catedral integra o Caminho Niemeyer -conjunto de obras do arquiteto na orla de Niterói.


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