São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 2006

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Para ministério, Força Nacional de Segurança não evita ataque

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A situação vivida por São Paulo não exige a participação da Força Nacional de Segurança Pública, nem sua presença conseguiria evitar novos atentados ou apresentar mais resultados do que a própria Polícia Militar paulista. Essa é a avaliação interna do Ministério da Justiça, apesar do discurso oficial de que a FNS está disponível para o Estado. A avaliação tem aspectos técnicos: a atuação da FNS deve ser pontual e localizada, o que não combina com o vasto raio de atentados promovidos pelo PCC. Outro ponto: a PM paulista é a maior e mais bem qualificada do país. O ministro Márcio Thomaz Bastos anunciou ontem que o governo fechou um pacote de ajuda a São Paulo, mas não quis detalhá-lo. Questionado, sinalizou o que pensa do envio da FNS. "A Força Nacional é um esforço cooperativo da federação. São policiais de todos os Estados que podem ser chamados a qualquer momento. Não queremos que vire uma panacéia, uma solução para a crise de segurança de São Paulo." A Força Nacional de Segurança foi criada em 2004 como alternativa ao uso das Forças Armadas nos Estados. Desde então, atuou por três vezes. Cobrado publicamente da presença do Exército na rua para coibir a violência no Rio, o Ministério da Justiça elaborou o projeto da FNS: um efetivo de 7.000 homens integrado por policiais selecionados nas forças estaduais. Os escolhidos são os mais bem qualificados em testes físicos e teóricos. Nas duas missões em que é empregada atualmente, a FNS desempenha funções de segurança em presídios e auxilia no preparo de um cadastro digital de presos. Em Mato Grosso do Sul, primeira localidade para onde foi mandada neste ano, 200 policiais chegaram em 1º de junho, mas o primeiro trabalho foi cinco dias depois -revista no presídio de Campo Grande, onde, em maio, o PCC comandara uma rebelião. Segundo o governo do Estado, a FNS está presente nas ruas e em barreiras de fiscalização nas fronteiras e ela atua também em presídios. No Espírito Santo, 80 homens chegaram ao Estado no dia 18 do mês passado, em meio a uma onda de rebeliões em presídios e incêndios a ônibus. Com a destruição da Penitenciária de Segurança Máxima de Viana numa das rebeliões, a primeira tarefa da FNS foi auxiliar na transferência de cerca de 700 homens da unidade. Mais 90 agentes foram enviados ao Estado. Suas tarefas têm sido fazer a segurança para que a PF cadastre digitalmente os presos e cuidar da guarda na Casa de Custódia. (ID)


Colaboraram EDUARDO DE OLIVEIRA e HUDSON CORRÊA, da Agência Folha

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