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Só 2,3% dos planos de saúde têm nota alta, segundo ANS
Apenas 23 das 989 operadoras do país levam nota de 0,8 a 1 em levantamento de itens como satisfação do usuário
Ranking foi divulgado ontem; entre os dez maiores planos, 3 estão na melhor faixa e um está em faixa ruim
FERNANDA BASSETTE
DE SÃO PAULO
Apenas 23 (2,3%) das 989
operadoras de saúde que
atuam na área médico-hospitalar tiveram notas na faixa
mais alta da avaliação de desempenho divulgada ontem
pela ANS (Agência Nacional
de Saúde Suplementar).
As notas, chamadas IDSS
(Índice de Desempenho da
Saúde Suplementar), variam
entre 0 e 1.
As operadoras da faixa
"top" representam 16% dos
41,6 milhões de usuários de
planos de saúde no país.
As mal avaliadas têm menos clientes. São 392 na faixa
das piores notas (entre 0 e
0,39), que representam
11,3% dos usuários.
A maioria das operadoras
(35,2%) são consideradas
medianas: tiraram notas entre 0,4 e 0,59. Elas representam quase 30% dos usuários.
Outras 226 (22,9%) têm notas entre 0,6 e 0,79. Elas representam a maioria dos
usuários: 18 milhões de pessoas, ou 43% do total.
O ranking demonstra que,
das dez maiores operadoras
do país, apenas três estão entre as mais bem avaliadas
(Bradesco, Amil e Unimed
Belo Horizonte).
A Sul América Saúde, que
atende mais de um milhão de
usuários, tem três CNPJ diferentes e um deles recebeu nota ruim: entre 0,2 e 0,39.
CÁLCULO
O IDSS é calculado a partir
de 30 indicadores. São considerados os itens: atenção à
saúde, situação econômica e
financeira, infraestrutura e
satisfação dos usuários.
Segundo a ANS, ele foi
criado para ajudar os usuários de planos de saúde a fazer a melhor escolha na hora
de contratar uma operadora.
Para a advogada Karina
Grou, consultora do Idec
(Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o índice
da ANS tem problemas e não
avalia, de fato, a qualidade
dos serviços prestados.
"Mesmo com essa avaliação anual, a gente continua
observando a gravidade do
setor, não só na negativa de
cobertura, mas também na
piora da qualidade do atendimento. Além disso, o item
"respeito ao consumidor", por
exemplo, é apenas um grão
de areia para a ANS chegar a
esse resultado", critica Grou.
A Folha tentou entrar em
contato com Arlindo de Almeida, presidente da Abramge (Associação Brasileira de
Medicina de Grupo), mas ele
não respondeu à solicitação
de entrevista.
A FenaSaúde (Federação
Nacional de Saúde Suplementar), que representa 12%
dos usuários, também foi
procurada e não respondeu.
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