São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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Secretaria agora diz que R$ 50 só podem ser gastos com livro ou CD

"Vale-presente" será para aluno que fizer reforço em matemática dado por alunos mais velhos

Procuradoria Eleitoral de SP vai verificar se há irregularidades na distribuição dos vales em período eleitoral

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

A Secretaria da Educação informou ontem que os R$ 50 a serem dados a alunos que participem do reforço em matemática só poderão ser gastos em produtos específicos, como cadernos, CDs, livros ou itens semelhantes.
Na edição publicada ontem, a Folha informou que a iniciativa integra projeto-piloto do governo Alberto Goldman (PSDB) em que bons alunos do ensino médio darão tutoria a estudantes do fundamental, do 6º e do 7º ano (que tem, em geral, entre 11 e 12 anos).
Se não faltarem a nenhuma das sessões, os estudantes que receberão o reforço ganharão R$ 50. Quanto maior o número de faltas, maior o desconto sobre esse valor do "vale-presente".
Segundo o governo, os alunos não ganharão dinheiro vivo, mas sim vales para gastar em itens específicos, que serão entregues aos próprios, e não a suas famílias.
Esse detalhamento não estava presente nos textos de divulgação da pasta nem foi citado em entrevista dada à reportagem. A quantia foi tratada apenas como "vale-presente".
A iniciativa dividiu educadores ouvidos pela reportagem. Parte deles avalia que o programa pode incentivar alunos a tirarem notas baixas de propósito, pensando na possibilidade de receber o benefício da secretaria.
Outros dizem ser bom estímulo para participação no programa, que é opcional. Nas discussões do projeto, um dos temores foi que houvesse muitas faltas e evasão.

INVESTIGAÇÃO
A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo informou que abriu procedimento para verificar se há irregularidades na distribuição dos vales em período eleitoral.
O projeto prevê que 1.200 alunos recebam o reforço, que será dado por 400 tutores, bons alunos do ensino médio que ganharão uma bolsa de R$ 115 por mês.
As atividades começarão no mês que vem. O Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e docentes da USP participam do projeto.


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