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Secretaria agora diz que R$ 50 só podem ser gastos com livro ou CD
"Vale-presente" será para aluno que fizer reforço em matemática dado por alunos mais velhos
Procuradoria Eleitoral de SP vai verificar se
há irregularidades na distribuição dos vales em período eleitoral
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
A Secretaria da Educação
informou ontem que os R$ 50
a serem dados a alunos que
participem do reforço em matemática só poderão ser gastos em produtos específicos,
como cadernos, CDs, livros
ou itens semelhantes.
Na edição publicada ontem, a Folha informou que a
iniciativa integra projeto-piloto do governo Alberto
Goldman (PSDB) em que
bons alunos do ensino médio
darão tutoria a estudantes do
fundamental, do 6º e do 7º
ano (que tem, em geral, entre
11 e 12 anos).
Se não faltarem a nenhuma das sessões, os estudantes que receberão o reforço
ganharão R$ 50. Quanto
maior o número de faltas,
maior o desconto sobre esse
valor do "vale-presente".
Segundo o governo, os
alunos não ganharão dinheiro vivo, mas sim vales para
gastar em itens específicos,
que serão entregues aos próprios, e não a suas famílias.
Esse detalhamento não estava presente nos textos de
divulgação da pasta nem foi
citado em entrevista dada à
reportagem. A quantia foi
tratada apenas como "vale-presente".
A iniciativa dividiu educadores ouvidos pela reportagem. Parte deles avalia que o
programa pode incentivar
alunos a tirarem notas baixas
de propósito, pensando na
possibilidade de receber o
benefício da secretaria.
Outros dizem ser bom estímulo para participação no
programa, que é opcional.
Nas discussões do projeto,
um dos temores foi que houvesse muitas faltas e evasão.
INVESTIGAÇÃO
A Procuradoria Regional
Eleitoral de São Paulo informou que abriu procedimento
para verificar se há irregularidades na distribuição dos
vales em período eleitoral.
O projeto prevê que 1.200
alunos recebam o reforço,
que será dado por 400 tutores, bons alunos do ensino
médio que ganharão uma
bolsa de R$ 115 por mês.
As atividades começarão
no mês que vem. O Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e docentes da USP participam do projeto.
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