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Reforma foi útil, mas insuficiente, diz Polícia Militar
Para gestores do mausoléu do Obelisco, reforma de impermeabilização ajudou a reduzir danos do prédio
Promotor do inquérito sobre os danos diz que "verba não foi bem gasta", já que "não resolveu o problema"
DE SÃO PAULO
A Polícia Militar afirma
que não vê problemas na
obra de impermeabilização
do mausoléu do Obelisco do
Ibirapuera feita pela Lumar
Construções.
"Eles fizeram o serviço para o qual foram contratados.
Mas, infelizmente, não foi o
suficiente", afirma o capitão
Jairton de Lucena Ribeiro,
chefe da seção de projetos do
Centro Integrado de Apoio ao
Patrimônio da PM.
No entanto, trecho do relatório da Falcão Bauer ao qual
a Folha teve acesso afirma
que as "infiltrações se intensificaram após os serviços de
impermeabilização".
"Está errado", rebateu o
capitão Lucena. Para ele, a
intervenção realizada pela
Lumar melhorou a impermeabilização do Obelisco e
reduziu a quantidade de infiltrações. Procurada pela reportagem, a empresa não comentou o caso.
DIAGNÓSTICO
Para o promotor Washington Luis de Assis, o diagnóstico dos problemas deveria
ter sido feito antes da contratação da obra. "A verba não
foi bem gasta porque não resolveu o problema", diz.
Segundo o engenheiro Ioel
Levy, responsável pelo laudo
da Falcão Bauer, a persistência do problema levará a uma
degradação da estrutura de
concreto e uma consequente
corrosão das armaduras que
sustentam o prédio.
"Qualquer infiltração pode levar ao colapso. Deve ser
tratada o mais rápido possível. Quanto antes o problema
for sanado, menos será gasto", afirma. Ele diz que o problema é provocado pela deterioração natural da construção, inaugurada em 1955.
Para solucionar definitivamente a questão, a PM diz
que pretende recorrer à iniciativa privada.
Na próxima semana, realiza uma reunião com a empresa de captação de recursos
Farah Service, que, em 2004,
conseguiu patrocínio da Claro para restauro do obelisco.
"A PM não tem esse dinheiro de imediato. Precisamos fazer uma parceria público-privada para concluir a
obra", afirma Lucena.
Desde 2002, o monumento
só é aberto ao público em datas comemorativas (9 de julho e 23 de maio).
Até 2006, quando a administração do espaço foi transferida da Associação de Veteranos de 32 para a Polícia Militar, guardava um pequeno
museu da revolução, cujo
acervo incluía itens como armas, fardas e capacetes dos
combatentes.
Com a deterioração do
mausoléu, o acervo ficou sob
a responsabilidade da Sociedade de Veteranos.
(LETICIA DE CASTRO)
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