São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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Reforma foi útil, mas insuficiente, diz Polícia Militar

Para gestores do mausoléu do Obelisco, reforma de impermeabilização ajudou a reduzir danos do prédio

Promotor do inquérito sobre os danos diz que "verba não foi bem gasta", já que "não resolveu o problema"

DE SÃO PAULO

A Polícia Militar afirma que não vê problemas na obra de impermeabilização do mausoléu do Obelisco do Ibirapuera feita pela Lumar Construções.
"Eles fizeram o serviço para o qual foram contratados. Mas, infelizmente, não foi o suficiente", afirma o capitão Jairton de Lucena Ribeiro, chefe da seção de projetos do Centro Integrado de Apoio ao Patrimônio da PM.
No entanto, trecho do relatório da Falcão Bauer ao qual a Folha teve acesso afirma que as "infiltrações se intensificaram após os serviços de impermeabilização".
"Está errado", rebateu o capitão Lucena. Para ele, a intervenção realizada pela Lumar melhorou a impermeabilização do Obelisco e reduziu a quantidade de infiltrações. Procurada pela reportagem, a empresa não comentou o caso.

DIAGNÓSTICO
Para o promotor Washington Luis de Assis, o diagnóstico dos problemas deveria ter sido feito antes da contratação da obra. "A verba não foi bem gasta porque não resolveu o problema", diz.
Segundo o engenheiro Ioel Levy, responsável pelo laudo da Falcão Bauer, a persistência do problema levará a uma degradação da estrutura de concreto e uma consequente corrosão das armaduras que sustentam o prédio.
"Qualquer infiltração pode levar ao colapso. Deve ser tratada o mais rápido possível. Quanto antes o problema for sanado, menos será gasto", afirma. Ele diz que o problema é provocado pela deterioração natural da construção, inaugurada em 1955.
Para solucionar definitivamente a questão, a PM diz que pretende recorrer à iniciativa privada.
Na próxima semana, realiza uma reunião com a empresa de captação de recursos Farah Service, que, em 2004, conseguiu patrocínio da Claro para restauro do obelisco.
"A PM não tem esse dinheiro de imediato. Precisamos fazer uma parceria público-privada para concluir a obra", afirma Lucena.
Desde 2002, o monumento só é aberto ao público em datas comemorativas (9 de julho e 23 de maio).
Até 2006, quando a administração do espaço foi transferida da Associação de Veteranos de 32 para a Polícia Militar, guardava um pequeno museu da revolução, cujo acervo incluía itens como armas, fardas e capacetes dos combatentes.
Com a deterioração do mausoléu, o acervo ficou sob a responsabilidade da Sociedade de Veteranos.
(LETICIA DE CASTRO)


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