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FOCO
Bairro do Bixiga terá sua história contada em musical
AMANDA QUEIRÓS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Desde fevereiro, um frenesi toma conta do Teatro Sérgio Cardoso. São mais de 200
costureiras, técnicos, cenógrafos, atores e músicos que
vêm batendo ponto dia e noite para dar vida ao musical
"Bixiga", que estreia hoje.
A ideia do espetáculo veio
da Associação Paulista dos
Amigos da Arte (Apaa) como
forma de celebrar os 30 anos
do teatro, do qual é gestora.
A proposta era ocupar o lugar com algo "brasileiro, cômico e popular", nas palavras do diretor Mario Masetti.
Nada parecia se adequar melhor a isso que o cotidiano do
bairro no qual o palco está.
Fez-se então um musical
totalmente original, que, em
90 minutos, repassa fatos
históricos impregnados no
imaginário popular do Bixiga. Entre boleros, xotes e
sambas, conta-se da vez em
que o cineasta Roberto Silva
subiu em uma árvore dali para impedir que fosse cortada.
Lembra-se também da presença do sambista Adoniran
Barbosa nas noites boêmias
do bairro, assim como da
efervescência teatral da região nos anos 1970 e 1980.
O roteiro e as canções nasceram das conversas entre os
roteiristas Enéas Pereira, Edu
Salemi e Ana Saggese e a pesquisadora Solange Santos,
que colheu material em depoimentos, livros e jornais.
"Buscamos apresentar a
história da geografia humana e arquitetônica do lugar",
afirma Pereira.
Acompanhados pela orquestra Jazz Sinfônica, os 23
atores cantam sobre a perseguição aos italianos na Segunda Guerra, a festa de Nossa Senhora da Achiropita e o
dia a dia do bairro.
Todas as canções foram
especialmente criadas para a
peça, que adota o formato de
teatro de revista. A leitura, no
entanto, não é saudosista e
aposta fortemente no humor.
"Bixiga" fica em cartaz até
31 de outubro, sempre às sextas e sábados, às 21h, e, aos
domingos, às 19h, no Teatro
Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel. 0/xx/
11/3288-0136). Os ingressos
custam R$ 20 (inteira) e a
classificação é 14 anos.
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