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Mais 21 crianças morrem à espera de UTI no Maranhão
Vítimas tinham obtido ordem judicial para internação imediata em hospital de Imperatriz
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO
Quatro meses depois de o
Ministério da Saúde ter prometido R$ 4,1 milhões para a
construção de UTIs (unidades de tratamento intensivo)
em Imperatriz, mais 21 crianças morreram a espera de internação na cidade, a segunda maior do Maranhão.
Todas tinham conseguido
ordem judicial para internação imediata. A maioria das
mortes, registradas desde
abril, é de recém-nascidos.
No total, 37 crianças já
morreram nessa situação em
2010 -em todo o ano passado, foram 43 óbitos.
A falta de leitos de UTI infantil e neonatal na cidade,
que atende cerca de 40 municípios da região, foi mostrada
pela Folha em abril. Após a
série de reportagens, o governo federal anunciou repasses
para o Estado.
Segundo o Ministério Público, porém, apenas 7 dos 41
leitos prometidos na época
estão em funcionamento.
A situação mais grave é a
dos leitos neonatais, cuja instalação coube ao governo estadual: o espaço físico está
pronto, mas não há equipamentos suficientes.
Segundo a Secretaria da
Saúde do Maranhão, a responsabilidade pelos equipamentos é do Ministério da
Saúde. O Estado diz ter garantido só a reforma física,
na qual gastou R$ 1,8 milhão.
A verba repassada pelo ministério, no valor de R$ 560
mil, é para o custeio dos leitos, afirma a secretaria, e só
será utilizada quando a UTI
estiver em funcionamento.
O diretor do hospital, Clidenor Plácido, afirma que a
compra dos equipamentos
está sendo feita diretamente
pelo ministério.
O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que os equipamentos estão "em fase de
entrega" e que a verba prometida está sendo gradativamente repassada, dentro de
um cronograma.
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