São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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Mais 21 crianças morrem à espera de UTI no Maranhão

Vítimas tinham obtido ordem judicial para internação imediata em hospital de Imperatriz

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO

Quatro meses depois de o Ministério da Saúde ter prometido R$ 4,1 milhões para a construção de UTIs (unidades de tratamento intensivo) em Imperatriz, mais 21 crianças morreram a espera de internação na cidade, a segunda maior do Maranhão.
Todas tinham conseguido ordem judicial para internação imediata. A maioria das mortes, registradas desde abril, é de recém-nascidos.
No total, 37 crianças já morreram nessa situação em 2010 -em todo o ano passado, foram 43 óbitos.
A falta de leitos de UTI infantil e neonatal na cidade, que atende cerca de 40 municípios da região, foi mostrada pela Folha em abril. Após a série de reportagens, o governo federal anunciou repasses para o Estado.
Segundo o Ministério Público, porém, apenas 7 dos 41 leitos prometidos na época estão em funcionamento.
A situação mais grave é a dos leitos neonatais, cuja instalação coube ao governo estadual: o espaço físico está pronto, mas não há equipamentos suficientes.
Segundo a Secretaria da Saúde do Maranhão, a responsabilidade pelos equipamentos é do Ministério da Saúde. O Estado diz ter garantido só a reforma física, na qual gastou R$ 1,8 milhão.
A verba repassada pelo ministério, no valor de R$ 560 mil, é para o custeio dos leitos, afirma a secretaria, e só será utilizada quando a UTI estiver em funcionamento.
O diretor do hospital, Clidenor Plácido, afirma que a compra dos equipamentos está sendo feita diretamente pelo ministério.
O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que os equipamentos estão "em fase de entrega" e que a verba prometida está sendo gradativamente repassada, dentro de um cronograma.


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