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SAÚDE
Portaria recomenda que todas tenham campanha
Apenas 15% das empresas têm programa de prevenção à Aids
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Menos de 15% das médias e
grandes empresas do país têm
campanhas continuadas de prevenção à Aids e às doenças sexualmente transmissíveis. Portaria conjunta dos ministérios da
Saúde e do Trabalho recomenda
que todas as empresas com mais
de cem empregados façam isso.
Uma comissão dos dois ministérios vem preparando uma revisão dessa portaria, de forma que
seu cumprimento não se limite a
simples palestras anuais.
"Sem fiscalização, a grande
maioria das empresas pouco ou
nada faz", diz o psicólogo Jamir
Sardá Jr, coordenador do 1º Simpósio Sul Brasileiro sobre Aids no
Local de Trabalho, que termina
hoje em Florianópolis.
As portarias, no entanto, são
apenas um instrumento, pois
apenas 26 milhões de trabalhadores têm carteira assinada. Dos 80
milhões de brasileiros que formam o universo economicamente ativo, 35 milhões trabalham na
informalidade. Ou seja, nunca serão alcançados por programas organizados por empresas.
O encontro de Florianópolis,
promovido pela Fundação Açoriana para o Controle da Aids (Faça), é uma constatação de que, 20
anos após o início da epidemia, a
empresa, a fábrica, a loja ou o escritório ainda não se transformaram em espaço de prevenção. "É
no trabalho que as pessoas passam a maior parte do tempo", diz
Sardá Jr. Os Conselhos Empresariais de Prevenção ao HIV/Aids,
em parceria com o Ministério da
Saúde, vêm ampliando o número
de empresas e a eficácia dos programas. "Uma campanha anual,
incluindo material e preservativo,
custa entre R$ 5.000 e R$ 20.000,
dependendo do tamanho da empresa", diz Sardá Jr. Segundo dados internacionais, para cada R$ 1
investido em prevenção, são economizados R$ 36 em assistência.
Para atingir os trabalhadores informais, o ministério vem investindo em parcerias. Dos cerca de
2.000 projetos ligados à Coordenação Nacional de Aids, um terço
tem a ver com o trabalho. "A parceria com o sistema S vem sendo
fundamental", diz Paulo Junqueira, assessor da coordenação de
Aids. O sistema S compreende o
Sesi, o Senai, o Sesc, o Senac, o
Sest, o Senat e o Sebrae. Só os centros campestres do Sesc chegam a
reunir 10 milhões de pessoas num
final de semana, diz Junqueira.
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