São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002

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SAÚDE

Portaria recomenda que todas tenham campanha

Apenas 15% das empresas têm programa de prevenção à Aids

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Menos de 15% das médias e grandes empresas do país têm campanhas continuadas de prevenção à Aids e às doenças sexualmente transmissíveis. Portaria conjunta dos ministérios da Saúde e do Trabalho recomenda que todas as empresas com mais de cem empregados façam isso.
Uma comissão dos dois ministérios vem preparando uma revisão dessa portaria, de forma que seu cumprimento não se limite a simples palestras anuais.
"Sem fiscalização, a grande maioria das empresas pouco ou nada faz", diz o psicólogo Jamir Sardá Jr, coordenador do 1º Simpósio Sul Brasileiro sobre Aids no Local de Trabalho, que termina hoje em Florianópolis.
As portarias, no entanto, são apenas um instrumento, pois apenas 26 milhões de trabalhadores têm carteira assinada. Dos 80 milhões de brasileiros que formam o universo economicamente ativo, 35 milhões trabalham na informalidade. Ou seja, nunca serão alcançados por programas organizados por empresas.
O encontro de Florianópolis, promovido pela Fundação Açoriana para o Controle da Aids (Faça), é uma constatação de que, 20 anos após o início da epidemia, a empresa, a fábrica, a loja ou o escritório ainda não se transformaram em espaço de prevenção. "É no trabalho que as pessoas passam a maior parte do tempo", diz Sardá Jr. Os Conselhos Empresariais de Prevenção ao HIV/Aids, em parceria com o Ministério da Saúde, vêm ampliando o número de empresas e a eficácia dos programas. "Uma campanha anual, incluindo material e preservativo, custa entre R$ 5.000 e R$ 20.000, dependendo do tamanho da empresa", diz Sardá Jr. Segundo dados internacionais, para cada R$ 1 investido em prevenção, são economizados R$ 36 em assistência.
Para atingir os trabalhadores informais, o ministério vem investindo em parcerias. Dos cerca de 2.000 projetos ligados à Coordenação Nacional de Aids, um terço tem a ver com o trabalho. "A parceria com o sistema S vem sendo fundamental", diz Paulo Junqueira, assessor da coordenação de Aids. O sistema S compreende o Sesi, o Senai, o Sesc, o Senac, o Sest, o Senat e o Sebrae. Só os centros campestres do Sesc chegam a reunir 10 milhões de pessoas num final de semana, diz Junqueira.


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